O presidente do Senado, Eunício Oliveira, candidato à reeleição pelo MDB do Ceará, defendeu neste domingo que a reforma da Previdência seja apreciada somente pelo próximo presidente da República e não imediatamente após as eleições. Segundo Eunício, o mercado não pode determinar os rumos da nação, mas sim o presidente eleito, que "tem de botar a cara".
"Reforma da Previdência não é para tirar direitos de pobres, não é para tirar o BPC (Benefício de Prestação Continuada). Não posso aceitar que o mercado dirija os rumos da nação. Não conheço esse mercado, não recebi votos dele", criticou. "Eu acho que a reforma deve ficar para o próximo presidente e esse presidente (eleito) tem de botar a cara, dizer o que ele quer e a que veio", complementou.
Eunício votou mais cedo no Clube Náutico Atlético Cearense, em Fortaleza. Vestido de verde, ele carregava um broche com seu número e o 13 do PT, do governador e candidato à reeleição, Camilo Santana (PT-CE). Ele também disse que votou "no 13" de Fernando Haddad (PT) para presidente da República, em detrimento do candidato do MDB, Henrique Meirelles.
"Não votei no Meirelles porque ele não é do MDB. Ele entrou no MDB recentemente. Eu sou do MDB raiz, meu pai foi do MDB, meu sogro, o sogro do meu sogro", disse.
Questionado se iria defender que o MDB apoie Haddad num eventual segundo turno entre o petista e Jair Bolsonaro (PSL), o presidente do Senado disse que o partido ainda vai se reunir para discutir as possibilidades.
Eunício ainda minimizou qualquer chance de ditadura "de esquerda ou direita", independentemente de quem vença o pleito. "Acho que a democracia vai prevalecer não importa quem vença, A ou B. Não existe ditadura através do voto. Ditadura é quando há uma nomeação ou indicação", disse.