PRF anuncia operação para liberar estradas após decisão de Moraes

Decisão do ministro do STF determina desbloqueio de vias, sob pena de o diretor-geral da corporação ser preso

1 nov 2022 - 00h20
(atualizado às 10h13)
Foto: Poder360

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) anunciou na noite desta segunda-feira, 31, que iniciou operação para liberar rodovias bloqueadas por manifestantes apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) após vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na eleição presidencial. A medida ocorre depois de o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinar a liberação imediata das vias públicas.

Moraes ordenou que a PRF e as Polícias Militares tomem "todas as medidas necessárias e suficientes". Ele também determinou a identificação dos caminhões envolvidos nos bloqueios, para aplicação de multa horária de R$ 100 mil.

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Por volta das 4h30 da madrugada desta terça-feira, 1, a PRF trouxe a atualização de que 174 manifestações tinham sido desfeitas desde o início dos bloqueios, ainda na noite de domingo, 30. Se considerar somente o período desde o anúncio do início da operação de liberação das rodovias, isto é, das 23h de segunda-feira às 4h30, horário da mais recente atualização, 53 pontos de bloqueios, interdições ou manifestações foram liberados, passando de 342 para 289 em 23 Estados e no Distrito Federal.

A decisão de Moraes deixa expresso que, se a PRF não agir "imediatamente", o diretor-geral da corporação, Silvinei Vasques, pode ser afastado do cargo e preso em flagrante por crime desobediência.

"Nosso protocolo é o diálogo. Seguido disso, informamos a decisão e a multa de R$ 100 mil por hora, tanto para pessoa física quanto para CNPJ. Não sendo respeitadas as deliberações, nós vamos aplicar o uso da força, sim", disse Cristiano Vasconcellos, coordenador-geral de comunicação da PRF.

Agente da PRF vai a bloqueio bolsonarista e descarta ação: "Única ordem é estar aqui com vocês"
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Vídeos que circularam nas redes sociais nesta segunda-feira mostravam policiais rodoviários federais se solidarizando com os caminhoneiros que bloquearam estradas. "Estamos juntos com vocês", diz um agente aos caminhoneiros em um dos vídeos. O movimento que contesta as eleições e prega a intervenção militar ganhou força ontem e articulação em grupos do Telegram.

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Em uma das imagens que circulam na internet, feitas em Rio do Sul (SC), o policial rodoviário federal Ricardo Torres afirmou que não irá aplicar multas. "Nenhum veículo que está aqui na manifestação será alvo de qualquer notificação. Eu não vou fazer multa nenhuma", disse. Torres pediu ainda "bom senso e serenidade para que a gente consiga transpor esse momento difícil" e assumiu compromisso de chegar a uma espécie de consenso sobre determinações de autoridades. "Qualquer manifestação que vier da minha chefia ou determinação judicial, eu vou chegar para vocês para conversar e dizer: 'Olha, chegou essa ordem, o que eu faço da vida? O que vocês me orientam para a gente interagir e encontrar a melhor solução?'", afirma.

Torres declarou apoio a Bolsonaro nas redes sociais. A imagem do seu perfil pessoal no Instagram traz a inscrição "Sou Ricardo Torres e voto Bolsonaro 22?. Ele também publicou, em 2020, uma foto ao lado do político - que chama de "melhor presidente do Brasil nos últimos 30 anos" - e um cartão em que se diz "conservador, antiesquerdista e antiterrorista".

Em outro vídeo, um policial rodoviário federal não identificado nas imagens sinaliza que a única ordem que recebeu é de "estar com vocês". Em outro momento, um agente abraça um manifestante. Em seguida, apoiadores começam a gritar "Bolsonaro". 

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