Com o crescimento de Marina Silva (PSB) nas últimas pesquisas de intenção de voto, Dilma Rousseff (PT) adotou uma nova tática em sua campanha: desconstruir discursos da concorrente. A estratégia começou a ser praticada na propaganda eleitoral na televisão desta terça-feira, em que, além de mostrar trechos de confrontos diretos das duas no debate do SBT, a presidente criticou a falta de apoio político da candidata, chegando a compará-la a Jânio Quadros e Fernando Collor.
Depois de afirmar que a atual base de Marina conta com 33 deputados na Câmara e que são necessários no mínimo 129 para a aprovação de um "simples" projeto de lei, o locutor do vídeo da petista questiona o espectador. "Como é que você acha que ela vai conseguir esse apoio sem fazer acordos? E será que ela quer? Será que ela tem jeito para negociar?", pergunta.
A propaganda continua dizendo que "duas vezes em sua história, o Brasil elegeu salvadores da pátria, chefes do partido do 'eu sozinho'". Simultaneamente, são exibidas imagens antigas de jornais com manchetes sobre a renúncia de Jânio à Presidência, em 1961, e sobre o impeachment de Collor, em 1992. "A gente sabe como isso acabou. Sonhar é bom, mas eleição é hora de botar o pé no chão e voltar à realidade", finaliza em letras garrafais.
Resposta
A candidata do PSB se pronunciou sobre o caso no mesmo dia. Em entrevista ao portal do Estado de S. Paulo, Marina ironizou os ataques de Dilma e reverteu a comparação a ela.
"A sociedade brasileira me conhece. Conhece os valores que eu defendo, a luta que eu tenho há mais de 30 anos. Eu comecei como vereadora, fui eleita deputada, senadora por 16 anos, ministra do Meio Ambiente. Imagina se eu dissesse que uma pessoa que nunca foi eleita nem vereadora fosse eleita presidente do Brasil? Aí sim poderia parecer Collor", disparou.