PT abre diálogo por alianças com Simone Tebet, Ciro, Soraya e PSDB

Campanha de Lula busca partidos de candidatos derrotados no primeiro turno por apoio no segundo turno; ex-presidente fala em intensificar foco em Minas e no Nordeste

3 out 2022 - 20h07
(atualizado às 20h59)
Foto: Poder360

A campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula Silva (PT) iniciou nesta segunda-feira, 3, as conversas com os candidatos derrotados no primeiro turno para formar alianças na disputa presidencial. Segundo a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, ela já entrou em contato com o PDT, o União Brasil, o PSDB e o MDB para ampliar o leque de aliados. A intenção do partido é ter respostas nos próximos dois dias, segundo Gleisi.

Os partidos que compõem a campanha de Lula apostam em três eixos iniciais para ampliar a vantagem sobre Bolsonaro. O mais imediato é a construção do arco de alianças. Na sequência, recomeça a campanha de rua, quando Lula quer diálogo com eleitores que não apoiam o PT para defender que sua candidatura representa a democracia e o bem-estar social, enquanto Bolsonaro representa o descaso com a população e ameaças à democracia. Os petistas também querem detalhar propostas especialmente para a classe média, com a avaliação de que, no primeiro turno, os planos apresentados miraram sobretudo os pobres.

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Sobre os próximos passos da campanha, Lula afirmou que é preciso conversar nas próximas três semanas com os eleitores que "parece que não gostam" do PT. "A partir de amanhã é menos conversa entre nós e mais conversa com o eleitor. A gente não precisa conversar com quem a gente já conhece. A gente precisa conversar com quem parece que não gosta da gente", disse. Lula indicou que visitará Estados do Nordeste e Minas Gerais e aliados afirmam que ele deve também se dedicar ao interior de São Paulo.

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As peças publicitárias do PT, elaboradas pelo marqueteiro Sidônio Palmeira, devem absorver a nova rota traçada e englobar acenos à classe média. Para atingir este espectro, a campanha deve reduzir o espaço para lembranças de como eram tempos de maior bonança na era lulista para focar problemas do país que atingem este segmento e que devem mudar em 2023.

Sobre as alianças, de acordo com fontes presentes na reunião, há casos em que o acerto exige uma composição programática, como o PDT, e outros em que o que está na mesa é a negociação sobre troca de apoio nos Estados - situação do PSDB, por exemplo. Os petistas acreditam que negociar com tucanos apoio à candidatura de Eduardo Leite (PSDB) no Rio Grande do Sul, é uma das formas de destravar o endosso oficial do partido.

Em paralelo às conversas partidárias, tocadas por Gleisi, o candidato a vice, Geraldo Alckmin, e a ex-ministra e deputada federal eleita, Marina Silva (Rede), deverão servir de ponte para a interlocução inicial com os candidatos derrotados. No encontro, Marina sugeriu que poderia procurar Ciro Gomes.

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"Já tivemos contato com Carlos Lupi (PDT), já chamamos para uma conversa. Senti muita disposição em conversar. Dissemos a ele que gostaríamos de ter Ciro Gomes na nossa campanha", disse Gleisi.

Ela também afirmou já ter conversado com o MDB. "Estamos marcando horário para isso. Queremos muito ter a Simone na campanha, até pelo o que representa", disse, reforçando que está em diálogo também com o União Brasil e busca o apoio da então candidata à Presidência pelo partido, senadora Soraya Thronicke.

O comando da campanha de Lula fez uma reunião de três horas na tarde desta segunda para discutir os passos para vencer Bolsonaro no segundo turno e avaliar os resultados de ontem, que surpreenderam a esquerda pela força do bolsonarismo. Foi pedido aos presentes que deixassem celulares do lado de fora. /COLABORARAM EDUARDO GAYER E GIORDANNA NEVES

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