PV retira desiste de Eduardo Jorge e aprova apoio a Covas

Sigla entendeu que teria dificuldades para levar campanha à frente, com pouco acesso ao fundo eleitoral

5 set 2020 - 13h56
(atualizado às 14h18)

O Partido Verde (PV) aprovou neste sábado, 5, a coligação com o PSDB do candidato à reeleição Bruno Covas na corrida pela Prefeitura de São Paulo. Um programa com 10 critérios para formação de alianças do PV foi entregue aos tucanos.

Foto: (Deyvid Edson/Futura Press) / Futura Press

A pré-candidatura de Eduardo Jorge à Prefeitura chegou a ser lançada, mas foi retirada após a sigla entender que teria dificuldades para levar a campanha à frente, com pouco acesso ao fundo eleitoral. A estratégia do partido é tentar priorizar a eleição de vereadores, para garantir o cumprimento de cláusulas de barreira e manter-se em atividade.

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"Nós chegamos a essa conclusão para podermos ajudar mais vereadores, porque vamos ter à facilidade de ter mais acesso à televisão e poderemos projetá-los, infelizmente o nosso partido é pequeno", disse o presidente do PV, Roberto Tripoli, durante a convenção. "Muitos discordam, eu sempre digo que procuro errar o mínimo possível e eu fiz esse trabalho em conjunto com inúmeras pessoas no partido."

O partido chegou a debater compor uma chapa com a Rede, além de estudar apoiar os candidatos Andrea Matarazzo (PSD) ou Márcio França (PSB). Segundo o PV, ideia foi abandonada após Matarazzo e França não deixarem claro que farão oposição ao bolsonarismo durante a campanha, uma exigência dos candidatos verdes. Além disso, as conversas para apoiar a chapa da pré-candidata da Rede, a deputada estadual Marina Helou, não prosperaram.

Outra dificuldade é a decisão dos vereadores Gilberto Natalini e Reginaldo Trípoli, ambos do PV de não buscarem reeleição na Câmara Municipal neste ano. O partido calcula que deve deixar de receber cerca de 120 mil votos por causa das desistências, o que complica as perspectivas da legenda.

Durante a convenção, Eduardo Jorge justificou que a retirada da candidatura era justificável tanto quanto pela concentração de esforços na eleição de vereadores quanto a construção de alianças para as eleições presidenciais de 2022. O PV quer apoiar uma candidatura centrista que se oponha tanto ao presidente Jair Bolsonaro quanto ao PT.

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"Nossas alianças são coerentes com essa política nacional de buscar, no campo do centro, da centro-direita-democrática e na centro-esquerda democrática, uma alternativa ao que ocorreu no segundo turno de 2018", disse Eduardo Jorge. "Nós somos um partido parlamentarista: antes de candidato, num partido parlamentarista, vem o programa."

Covas fez uma aparição durante a convenção partidária, agradeceu o apoio e prometeu levar o programa do PV em consideração. "Vamos nos debruçar sobre elas, identificar o que pode ser feito ainda neste ano, até dezembro, e o que pode entrar para o próximo ano", disse, por meio de videoconferência.

O PV foi o único partido que apresentou um plano de governo para as eleições municipais, elaborado com orientação de Eduardo Jorge. O documento, com propostas preliminares, tem 100 diretrizes para a cidade de São Paulo.

Já no documento entregue a Bruno Covas, uma das dez propostas é o compromisso de propor que o teto salarial do funcionalismo seja aplicado para os professores da rede municipal. Além disso, o partido pede análise imediata de um dossiê que mostra a devastação das áreas de mananciais com o crescimento de loteamentos irregulares na extrema zona sul da cidade. O PV tem feito oposição a Covas no Legislativo paulistano, e tem denunciado a negligência da gestão municipal na questão ambiental.

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A coligação foi aprovada com 23 votos a favor, dos 32 da executiva. A convenção municipal do partido foi feita principalmente de forma virtual, com alguns membros em um auditório da Câmara Municipal.

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