A reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com ministros para discutir medidas de contenção de gastos foi encerrada no início da noite desta segunda-feira sem anúncio ou entrevista coletiva, com o Ministério da Fazenda apontando que o debate seguirá na terça-feira.
"O Ministério da Fazenda informa que na reunião desta segunda-feira, o quadro fiscal do país foi apresentado e compreendido, assim como as propostas em discussão", disse a pasta em nota.
De acordo com o ministério, na continuidade da reunião na terça-feira outros ministérios serão chamados pela Casa Civil "para que também possam opinar e contribuir".
Mais cedo nesta segunda, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, havia afirmado que as medidas fiscais a serem anunciadas pelo governo estavam "muito avançadas" do ponto de vista técnico, ressaltando acreditar que elas poderão ser anunciadas nesta semana, o que colaborou para uma melhora de humor no mercado.
Participaram do encontro no Palácio do Planalto Haddad e os ministros da Casa Civil, Rui Costa, do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, da Gestão, Esther Dweck, da Saúde, Nísia Trindade, da Educação, Camilo Santana, e do Trabalho, Luiz Marinho.
Na última semana, Marinho afirmou a jornalistas que não havia sido consultado sobre eventuais ajustes em programas trabalhistas como o abono salarial e o seguro-desemprego, o que significava, para ele, que essas medidas não estavam sendo cogitadas.
A reunião, iniciada no meio da tarde, também contou com a presença do secretário-executivo da Fazenda, Dario Durigan, o Secretário de Política Econômica da pasta, Guilherme Mello, e a secretária-executiva da Casa Civil, Miriam Belchior.
Segundo informou Haddad mais cedo nesta segunda, o encontro no Planalto serviria para Lula decidir qual seria a melhor forma de comunicação das medidas fiscais. Ele ressaltou que o presidente passou o fim de semana trabalhando o assunto, em contato com técnicos, mas não apresentou detalhes do pacote.
Após adotar ações de controle de cadastros e combate a fraudes em programas sociais e previdenciários, a equipe econômica decidiu preparar um anúncio para depois das eleições municipais de outubro, como antecipado pela Reuters, propondo medidas mais estruturais de controle de gastos.
O objetivo do governo é dar sustentação ao arcabouço fiscal e reduzir a trajetória da dívida pública. Entre as ações estudadas nos últimos meses, a equipe econômica avaliava ajustes em programas como o Benefício de Prestação Continuada, auxílios previdenciários e pisos de Saúde e Educação.