‘Bispo cantor’, Crivella faz campanha com música e poesia

Candidato ao principal posto de comando do estado canta em horário eleitoral na TV composição própria que fala de um lugar ideal, sem violência

18 out 2014 - 11h03
Marcelo Crivella (PRB) no debate pelo segundo turno do governo do Rio de Janeiro, promovido pela TV Band
Marcelo Crivella (PRB) no debate pelo segundo turno do governo do Rio de Janeiro, promovido pela TV Band
Foto: Juliana Prado/Especial para Terra

Quando não está nas ruas bradando seu raivoso “Fora, Pezão!” ou chamando o adversário na disputa ao governo do Rio de “Penóquio”, o senador e bispo licenciado da Igreja Universal, Marcelo Crivella (PRB) até que pega leve. Na sua propaganda eleitoral gratuita no rádio e na TV, no segundo turno, ele resolveu inovar: emprestou sua voz para cantar uma música que fala sobre um Rio de Janeiro tranquilo, ideal, sem crianças morando nas ruas e sem violência.

A faceta de candidato pitoresco, que canta e declama, apareceu em vários programas desde o reinício da propaganda eleitoral. Trecho da letra, composta recentemente por ele e por Carlos Cola, diz: “Eu sonhei que era o dia do Rio de Janeiro e depende da gente fazer que o sonho seja verdadeiro”. 

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O candidato do PRB que almeja a cadeira principal do estado é cantor e compositor. Segundo ele, inclusive, recordista em arrecadação junto ao ECAD (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição). O dinheiro proveniente da venda dos discos – já seriam mais de 10 milhões de cópias - foi dirigido, segundo Crivella, ao projeto Cimento Social, de reforma de casas em comunidades carentes. Outra parte iria para a Fazenda Canaã, escola em Irecê, na Bahia, um projeto da Igreja Universal do bispo Edir Macedo. 

Esta semana, em agenda de campanha, depois de “espinafrar” o governador Luiz Fernando Pezão e aqueles a quem chama de “corja” do PMDB, ele falou sobre o personagem do político cantor. “Aquilo ali é o futuro governador, que tem alma poética. O Crivella há 30 anos grava e vende CDs. A lei não proíbe, e é uma coisa que chama atenção das pessoas para o horário eleitoral, que, às vezes, é tão chato né?”

Número novo

Para a última semana de campanha, o bispo cantor prepara novidades no repertório – que pode ser de gosto muito duvidoso para parte do público, mas que, sem dúvida, foge do padrão de “super marketing” comum às propagandas eleitorais. A ideia de Crivella é lançar no último dia de programa, na sexta-feira, uma música especial para fechar a campanha televisiva. “Vamos ver se o povo vai gostar. É tão bom ver um clipe, uma poesia, algo alegre…”.  

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Por ora, o eleitor pode assistir aos números do bispo candidato recitando pérolas na telinha, como: “Vi o boêmio caminhando sem medo na noite mais enluarada. A vitória do bem sobre o mal e o amor triunfando afinal. E sem crianças de rua o Rio ficou tão legal”. Ou ainda ele próprio cantando: “Nesse meu Rio tão lindo o sol nasce sorrindo e se põe a chorar/ A praia, o mar, o verde da mata e as águas caindo no véu da cascata”. 

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Fonte: Especial para Terra
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