Eleitora Maria das Dores votou no Gávea Golf Club, no Rio de Janeiro, e expressou carinho pelo prefeito Eduardo Paes, mesmo votando em outro candidato.
Maria das Dores Farias, de 56 anos, fez questão de votar cedinho no Gávea Golf Club, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Depois que cumpriu as obrigações, ficou esperando, com um sorriso no rosto, a chegada de seu "colega" de colégio eleitoral. Era Eduardo Paes (PSD), atual prefeito da cidade, que tenta seu quarto mandato.
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O carinho por 'Dudu', como ela chama, vem desde a primeira eleição dele para o cargo, em 2009. Mas para o Terra, ela confessou: "Gosto dele, mas votei no [Alexandre] Ramagem. Vou no Paes daqui a dois anos, para governador".
Vestida em uma camisa com a bandeira do Brasil estampada, Maria das Dores aguardou, junto com a imprensa, a chegada do prefeito. A espera acabou às 9 horas, quando Eduardo Paes chegou ao local com sua família para votar.
Rosto conhecido pelo político, ela pediu foto e arrancou sorrisos do prefeito ao citar emagrecimento. "Eu perguntei 'o que você fez que emagreceu?' e ele brincou que foi o Ozempic. Achei a declaração dele legal, mas não tomaria, porque precisa ter um acompanhamento", argumenta.
A declaração a que a eleitora se refere é uma polêmica recente envolvendo o candidato. Em conversa com o jornal Extra, na semana passada, Paes afirmou que emagreceu 30 kg com Ozempic e revelou a intenção de trazer o medicamento para a rede pública de saúde do município caso reeleito. O remédio, usado em pacientes com diabetes tipo 2, foi popularizado como emagrecedor e terá sua patente quebrada no ano que vem.
Com 56 anos, Maria das Dores conta que sempre votou no Gávea Golf Club, em São Conrado, bairro tradicional da Zona Sul carioca. Sua visita ao local se tornou mais animada em 2009, quando soube que um certo candidato a prefeito também votava ali. Desde então, ela criou uma rotina de eleição: acorda cedinho, pega a abertura dos portões às 8 horas da manhã e espera a chegada dele.
"Tiro foto com o Paes desde a primeira eleição dele. Só não votei nele quando ele não se candidatou, depois de completar 8 anos na prefeitura", comenta. A conversa com o Terra aconteceu enquanto o prefeito entrava em uma van para voltar para casa após votar. "Olha lá o Dudu indo embora", aponta Maria, sorrindo e acenando para o político.
Tanto carinho não pesa na hora do voto. Esse ano, a eleitora preferiu apostar em Alexandre Ramagem (PL), candidato apoio por Jair Bolsonaro e principal adversário de Paes na corrida eleitoral. "Independente de votar nele ou não, eu tiro foto com o Dudu", explica.
"Eu votei no Ramagem para tentar mudar um pouco, mas se o Paes for eleito, tudo bem! Eu gosto dos projetos dele, gosto do que ele faz, só acho que tem que dar uma mudada também, né? Dar chance ao outro", completa. Sobre a escolha da camisa verde e amarela para votar, ela garantiu que não tem ligação com partido algum: "É porque sou brasileira!".
Mesmo com o voto no adversário, Paes não perdeu a eleitora. Isso porque Maria das Dores garantiu que pretende votar no prefeito em outra eleição. "O Eduardo Paes vai ficar só dois anos, depois vai pro governo. Vou votar no Dudu para governador", garante. O prefeito, no entanto, descartou a candidatura para o estado daqui a 2 anos.
Eleitora levou neto de 1 ano para participar da votação
Valdelice Menezes, conhecida como 'Bide', aproveitava o solzão e a vista do Gávea Golf Club para tirar fotos após cumprir as obrigações eleitorais. Junto com ela, estavam a filha, Carla, e o netinho de 1 ano, Ravi.
A carioca de 57 anos confessou que nunca coincidiu de votar no mesmo horário de Eduardo Paes, mas sempre vê um famoso ou outro, como é o caso de José Bonifácio Brasil de Oliveira, o Boninho, que tinha acabado de votar por ali. "Desde que eu comecei a votar, eu voto aqui. Nunca vi o Eduardo Paes, mas eu já vi famosos, sim", lembra.
"Aqui é sempre confortável, é tranquilo, e esse visual lindíssimo, né? A imagem é maravilhosa", elogiou.
Durante a manhã, o fluxo não foi mesmo intenso. Após a saída de Eduardo Paes, a votação seguiu tranquila no colégio eleitoral. Nem mesmo vendedores ambulantes ou 'santinhos' marcavam presença por ali.
Apesar de votar no mesmo local durante a vida toda, Bide diz que essa eleição tem um 'gostinho' diferente. É a presença do neto, Ravi, de 1 ano e quatro meses. O pequeno foi ao colégio eleitoral com a avó e a mãe. "Estamos aqui registrando a vinda dele", disse, com um sorriso no rosto.