O candidato do PT ao governo do Rio de Janeiro, senador Lindberg Farias, criticou nesta segunda-feira a baixa qualidade do serviço prestado pela concessionária que opera o serviço de trens urbanos do Estado, a Supervia, e disse que ela está "sucateada".
O candidato andou de trem na manhã desta segunda, da estação do Méier até São Cristóvão, na zona norte da capital. Durante a viagem, ele reafirmou a promessa de transformar o trem em metrô de superfície, permitindo maior velocidade nos deslocamentos dos passageiros, e disse que essa será a principal obra de seu governo, caso seja eleito.
De acordo com o senador, em alguns lugares, é possível reduzir o tempo de viagem em 30%, construindo passarelas ou túneis. Segundo ele, o tempo gasto pelo passageiro para ir de Campo Grande para a estação Central pode passar de 1 hora e 10 minutos para 49 minutos. Quem mora em Bangu, faria o trajeto até a Central em 39 minutos e não nos atuais 56 minutos. Já no ramal de Japeri, a viagem de Nova Iguaçu até a Central do Brasil poderia ser feita em 40 minutos e não nos atuais 57 minutos.
Seriam necessários cerca de R$ 4 bilhões em investimentos no setor, que, segundo ele, podem ser feitos com financiamentos de bancos públicos, como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), para empresas da área.
"É incompreensível o governo não investir em transporte. Hoje, o que encontramos é uma Supervia sucateada. Vou transformar os trens em metrô de superfície e levar o metrô até a Baixada. Além disso, as estações serão modernizadas", afirmou o candidato.
Segundo o petista, para acelerar o serviço de trens é necessário isolar as linhas. "Há lugares na Baixada Fluminense, São João de Meriti por exemplo, em que o trem passa pelo meio do centro. Não há sequer sinal para os carros", afirmou. "Há mais de 100 passagens de carro na Supervia, isso diminui muito a velocidade. Podemos reduzir o tempo de viagem em 30%", completou.
O candidato do PT afirmou ainda que o setor de transportes foi o que mais sofreu nos últimos oito anos. E acusou a agência reguladora da área, a Agetransp, de não fiscalizar com rigor os atrasos e defeitos de trens.
"Os intervalos entre os trens são muito altos. Os atrasos são constantes e as viagens demoram muito", criticou.
O senador afirmou que, em 2013, aconteceram 35 colisões, 20 atropelamentos e seis mortes em acidentes de trens. Além disso, citou a existência de mais de cem passagens clandestinas pelos trilhos da Supervia.
Para ele, é possível aumentar o número de usuários dos trens. "Hoje, são 620 mil passageiros, mas esse número já foi de um milhão de passageiros", informou, ressaltando que não basta comprar trens novos, mas é preciso fazer eles andarem mais rápido.
O petista prometeu tornar as estações trem multimodais, integrando-as ao metrô, vans e bicicletas.
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