uem acompanhou in loco os dois primeiros debates dos governadores que postulam o Palácio Guanabara, no Rio de Janeiro, já pode perceber que ao lado da nova figura do Psol ao governo do Estado, o professor de história Tarcísio Motta, um rosto conhecido tem sido o fiel escudeiro em torno da personificação das propostas e no trabalho de reconhecimento do candidato: Marcelo Freixo.
Segunda maior votação para a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), em 2010, com nada menos do que 177.253 votos, a campanha para o terceiro mandato de Freixo como deputado estadual é tida como “barbada” nesta eleição. “Claro que eu estou fazendo campanha, voltei duas da manhã de Campos ontem”, disse ao Terra no último debate realizado pela Rede TV!, na terça-feira.
Só que a experiência de quem já postulou um cargo majoritário para prefeito e a confiança de quem pretende chegar perto do líder absoluto do último pleito com mais de 500 mil votos, o também candidato à reeleição para a Alerj Wagner Montes (PSD), fez com que Freixo adotasse o papel de assessor direto de Tarcísio Motta. Candidato, aliás, que é seu amigo de longa data – os dois fizeram o curso de graduação em história pela Universidade Federal Fluminense (UFF) no início dos anos 90 e ambos seguiram pelo caminho da educação – Motta já foi diretor do Sindicatos Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe-RJ).
“Eu tenho uma responsabilidade grande na campanha do Tarcísio, eu fui uma das pessoas que convenceu o Tarcísio como candidato. Nós queríamos uma pessoa que tivesse esse perfil pedagógico, que apresentasse bem o programa coletivamente, e ele de longe é quem tem as melhores propostas. Tem um programa escrito, debatido e amadurecido”, disse o deputado estadual.
Freixo não só participou do trabalho de convencimento para o pleito, já que “o nome do Tarcísio já estava na minha cabeça e de alguns amigos mais próximos desde o início, a gente foi amadurecendo, ele aceitou e está cumprindo de forma extraordinária”, como hoje o assessora diretamente nos debates. É ele quem sobe ao palco a cada intervalo para dicas preciosas e eventuais mudanças de estratégia ao longo do confronto de ideias.
“Ele é muito preparado, inteligente, e vai ali uma relação de amizade e de afeto, para que a gente possa num momento difícil, tenso que é um debate, passar a confiança que ele precisa. Ele está indo bem, disparado o melhor dos dois debates”, diz, orgulhoso do desempenho do amigo nos debates promovidos até agora pela TV Bandeirantes e pela própria Rede TV!.
Freixo leva o novo papel tão a sério, a ponto de ficar longe dos holofotes e deixar a imprensa tratar diretamente com Motta, que esconde a boca nos intervalos dos debates para conversar com o parceiro de Psol. “Sei que tem leitura labial. É estratégia, sempre falo com a mão na boca. É estratégia para saber para quem pergunta. A gente já vem com tudo preparado. Na hora pode mudar alguma coisa”, explicou, antes de finalizar confiante.
“A candidatura do Tarcísio tem não só uma nova estética, como representa uma nova ética política, uma lógica de não ser financiado pelos mesmos de sempre, e não reproduzir uma lógica de governo que vem sendo reproduzida desde o tempo do Garotinho”, diz sobre os rivais – além do candidato do PR, o atual governador Luiz Fernando Pezão (PMDB), Marcelo Crivella (PRB) e Lindberg Farias (PT), os quatro primeiros colocados nas pesquisas de opinião.