O governador do Rio e candidato à reeleição pelo PMDB, Luiz Fernando Pezão, afirmou, logo após confirmar sua primeira colocação na disputa no Estado, que irá “procurar os partidos” para conversar e pedir apoio no segundo turno. Pezão vai disputar a segunda etapa das eleições, em 26 de outubro, com o senador Marcelo Crivella, do PRB, que surpreendeu ao deixar de fora o deputado federal Anthony Garotinho, do PR. “Eu vou procurar os partidos. A gente tem muita conversa programada, me relaciono com todo mundo”, afirmou, em tom conciliador, mas sem dizer se vai procurar o apoio do arquirrival Garotinho.
No resultado final das urnas no estado do Rio de Janeiro, Pezão teve 40,57 % dos votos, num total de 3,2 milhões de votos. Crivella fechou a votação com 20,26% da preferência do eleitorado, ou 1,6 milhões de votos. Numa diferença extremamente pequena, de apenas meio ponto percentual, Garotinho, tido como presença certa no segundo turno, segundo as últimas pesquisas, teve 19,73% dos votos.
Com a vitória de Crivella, a estratégia de Pezão e da sua coligação pode sofrer uma mudança total de rota. O estilo do concorrente do PRB é o oposto do de Garotinho, que sempre foi franco-atirador. Segundo o governador, a vantagem da segunda fase da campanha será que agora ele “irá apanhar só de um”. “Eu apanhei de quatro (Garotinho, Crivella, Lindberg Farias, do PT, e Tarcísio Motta, do PSol), agora vou apanhar só de um, pelo menos”, brincou.
Outra prestação de conta que o candidato terá que fazer será sobre a participação que terá o ex-governador e seu padrinho político Sérgio Cabral (PMDB), cuja imagem desgastada o deixou praticamente de fora dos holofotes no primeiro turno. Ao falar do aliado, Pezão, novamente, desconversou, repetindo o discurso de todo o primeiro turno: “Desde o primeiro momento, ele (Cabral) disse que o protagonista tinha que ser eu. Quem vai governar sou eu”. E não afirmou qual será o tamanho da presença de Cabral. Concluiu apenas que “ele ajuda muito com suas ideias e com programas de TV”.
Uma das dificuldades que a candidatura de Pezão pode enfrentar está na postura a ser adotada pelo senador petista Lindberg Farias. Depois de romper a aliança do PT com o PMDB no Estado e se lançar candidato, a contragosto da presidente Dilma Rousseff, Lindberg naufragou, amargando o quarto lugar. A tendência de Pezão é procurar a ala do PT que sempre foi contra a candidatura própria, e arregimentar aliados ali. “Alguns prefeitos do PT já me apoiaram no primeiro turno. Tenho ótima relação com o senador Lindberg, vamos procurar o Partido dos Trabalhadores, os prefeitos principalmente”, contemporizou.
Candidato dos ricos?
Pezão também tentou descolar de sua candidatura a imagem de “candidato dos ricos”. Segundo ele, a prova está na expressiva votação que teve, por exemplo, na Baixada Fluminense. O governador ainda afirmou que não tem medo de uma possível aliança entre Lindberg e Crivella no segundo turno, que, aliás, já vinha sendo ensaiada ao final da primeira etapa da disputa.
Mesmo consciente de que terá que garimpar apoio no segundo turno entre os três candidatos derrotados, Pezão criticou, várias vezes, a postura dos seus adversários durante toda a campanha. “Espero debater o futuro do Estado, o que a gente não conseguiu. Foram só ataques. Eles não propuseram nada para o futuro. Ficaram falando de tudo que a gente fez. Agora vamos ver o que o meu adversário vai propor”.
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