Pezão diz que Crivella não trouxe “um alevino sequer” ao Rio

Governador e candidato à reeleição seguiu tom ofensivo contra adversário do PRB, ex-ministro da Pesca, no dia em que selou mais três alianças partidárias

14 out 2014 - 07h55
(atualizado às 08h37)
Na sede do PDT, governador do Rio de Janeiro e candidato à reeleição, Luiz Fernando Pezão (PMDB), ganhou apoio do partido para o segundo turno
Na sede do PDT, governador do Rio de Janeiro e candidato à reeleição, Luiz Fernando Pezão (PMDB), ganhou apoio do partido para o segundo turno
Foto: André Naddeo / Terra

O governador do Rio de Janeiro e candidato a mais quatro anos de mandato à frente do Palácio Guanabara, Luiz Fernando Pezão (PMDB), usou da ironia para classificar a atuação de Marcelo Crivella (PRB), seu rival na disputado do segundo turno no Estado, como ministro da Pesca no governo federal, cargo que ocupou de 2012 até março deste ano: “Não conheço um alevino (peixes recém-nascidos) sequer que esse ministro tenha colocado nesse Estado”.

A declaração foi dada na sede do PDT, no centro do Rio de Janeiro, quando recebia o apoio do partido para o segundo turno – antes, Pezão havia aglutinado para a sua aliança também o PROS, e o PT do B – além de uma ala dissidente do PC do B e do próprio PT, do candidato derrotado Lindberg Farias.

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“Deve ter colocado esses peixes no aquário”, disse ainda Pezão, que falava sobre Felipe Peixoto, o ex-deputado estadual que foi secretario de Abastecimento e Pesca na gestão do PMDB desde 2011. “O Felipe fez mais na secretaria de Pesca do que o próprio ministro fez”, disse ainda o atual governador.

O tom crítico em relação ao seu adversário vem subindo desde a última semana, quando a campanha de Pezão, além de a todo momento tratar Crivella como um bispo, colou a imagem do adversário à do seu tio, o bispo  e líder da Igreja Universal, Edir Macedo. As inserções na TV dão conta do estreito relacionamento entre os dois e pergunta: é isso que você quer para o Rio de Janeiro?

“Eu nunca dei o tom da agressividade. Eu tive minha família atacada, meu grupo político, secretários atacados, e eu não faço política assim. No primeiro turno eram os quatro a atacar. Agora é um só. A gente tem que mostrar o que está por trás, qual é o projeto de poder dessa candidatura do bispo Crivella”, questionou Pezão, em entrevista aos jornalistas após diversos encontros que selaram acordos para a sua aliança neste segundo turno.

Antes, em seu discurso aos militantes do PDT, que volta a compor a base peemedebista depois da polêmica saída do próprio Felipe Peixoto da chapa como vice para dar lugar ao senador Francisco Dornelles (PP), Pezão chegou a afirmar que “não levo desaforo para casa e não tenho sangue de barata. Minha aliança é política. Não sou testa de ferro de ninguém. Tenho compromisso com a minha história”.

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“Quais são os compromissos dele?”, seguiu para os repórteres. “As próprias outras denominações evangélicas falam como o bispo Macedo tem o seu projeto de poder. Tirou todas as outras igrejas dos horários de TV. Será que num projeto social, como é que vai ser”, disparou ainda Pezão sobre o fato da igreja Universal ter comprado os horários das tidas igrejas rivais evangélicas da TV aberta (Rede TV!, Band e CNT).

Agenda cheia e mais alianças

Após uma caminhada na parte da tarde pelo bairro de Madureira, no subúrbio do Rio de Janeiro, a agenda de Luiz Fernando Pezão foi consumida para sacramentar acordos políticos que aumentaram a sua aliança para 21 partidos neste segundo turno. Estão juntos agora também o PDT, o PROS e parte do PC do B. Foram estes os três encontros que Pezão teve na tarde desta segunda-feira.

“São mais três que vieram oficialmente, e é um orgulho estar recebendo o PDT, boa parte do PT, dos seis deputados, cinco estaduais Hoje uma parte do PC do B começou a se manifestar, essa semana tem mais apoio do PSB e dos prefeitos. Ontem teve o senador Romário”, disse, orgulhoso.

No atual momento, a coligação Rio em 1o Lugar conta com 21 partidos – tendo em vista que o PT do B também anunciou apoio integral. Todas as siglas se juntam aos outros partidos que estão desde o início da campanha: além do PMDB, PP, PSC, PTB, PSL, PPS, PTN, DEM, PSDC, PRTB, PHS, PMN, PTC, PRP, PSDB, PEN, PSD e SD.

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“Não se faz política sem os políticos, e é muito importante essa representatividade. Não se governa sem uma base forte na política, na Assembleia Legislativa, sem representatividade para chegar em Brasília e pedir recursos”, explicou.

“Eu tenho orgulho, eu que nunca tinha participado de uma candidatura majoritária, reunir primeiramente 18 partidos, e ter feito a maior aliança. E chegar nos últimos 13 dias com 21 partidos e boa parte dos políticos me apoiando”, finalizou Pezão.

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Fonte: Terra
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