Nesta terça-feira, o Psol entrou com uma representação contra o deputado federal Rodrigo Bethlem (PMDB-RJ) no Conselho de Ética da Câmara, por quebra de decoro parlamentar. O pedido foi entregue pelo deputado Chico Alencar (RJ) durante audiência do colegiado para tratar do caso do deputado André Vargas (sem partido-PR), que responde processo por envolvimento com o doleiro Alberto Youssef, preso na Oeração Lava a Jato da Polícia Federal.
Bethlem é suspeito de ter recebido dinheiro de entidades quando ocupou o cargo de secretário municipal de Assistência Social do Rio de Janeiro, em 2011. O deputado também é acusado de não ter declarado à Justiça Eleitoral uma conta bancária na Suíça.
Em uma nota enviada por sua assessoria na última quinta-feira, o deputado federal confirmou que desistiu de se candidatar à reeleição para a Câmara. Segundo o parlamentar, a decisão foi tomada pelas recentes denúncias contra ele.
O pedido do Psol traz a transcrição de gravações realizadas em 2011 pela ex-mulher do deputado, Vanessa Felippe. Nos registros, Bethlem conta que tinha uma receita de R$ 100 mil por mês. Parte desta receita viria de convênios com uma organização não governamental (ONG) que realizava o cadastro de famílias em programas sociais e que renderia ao deputado “em torno de uns R$ 65 mil a R$ 70 mil”, de acordo com uma das gravações. Ainda de acordo com os registros, mais R$ 15 mil vinham de uma empresa que fornecia refeições para ONGs.
Para o Psol, as gravações não perdem a legitimidade apesar terem sido feitas sem o consentimento do deputado. O partido argumenta que Bethlem incorreu em quebra de decoro, mesmo que as acusações sejam eferentes ao período em que ele estava afastado do parlamento. Na semana passada, o PPS entrou com representação na Corregedoria Congresso, também pedindo que as denúncias contra Bethlem sejam apuradas.