A TV Record cancelou o debate entre Luiz Fernando Pezão, do PMDB, e Marcelo Crivella, do PRB que estava previsto para o próximo domingo. Em nota, a emissora apenas informou que os dois candidatos não confirmaram presença. O debate seria o terceiro do segundo turno.
Crivella já tinha pedido o cancelamento do debate na semana passada. Tudo porque Pezão passou a atacar sua candidatura, afirmando na TV que, caso ganhasse as eleições, o Rio passaria a ser governado pelo tio de Crivella, o bispo Edir Macedo, dono da Igreja Universal (da qual Crivella é bispo licenciado) e também dono da TV Record, que também foi atacada por Pezão.
A estratégia de Pezão de ligar Crivella à igreja universal deu resultado. O senador, que chegou a estar empatado tecnicamente com Pezão, já aparece dez pontos à atrás do seu concorrente de acordo com a pesquisa Ibope. Crivella tenta, sem o debate da Record, voltar a crescer nas pesquisas na última semana de campanha, ainda mais com o reforço de Lindberg Farias (e parte do PT) e de Clarissa Garotinho (e os mais de 1,5 milhão de votos que o pai dela, o deputado Anthony Garotinho, teve no primeiro turno). Sem Record, Pezão fica na zona de conforto, já que poderia ser questionado por ter envolvido a emissora diretamente nos ataques a Crivella.
Além disso, os dois candidatos devem ter agenda cheia no sábado, já que a presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, vai se encontrar com os dois. Primeiro faz carreata com Crivella em São Gonçalo e depois se reúne com Pezão e prefeitos fluminenses na Zona Oeste da cidade, repetindo o que já fez no início de campanha. O jantar deve contar com parte do PT, que apóia Pezão, e parte do PMDB, que apoia Pezão e Dilma. Mas não com o grupo ligado ao presidente do partido no Rio, Jorge Picciani, que está com Aécio Neves.
Dilma está preocupada com o crescimento de Aécio Neves, do PSDB no Rio. Além da agenda do fim de semana, ela ainda volta a fazer um comício na Cinelândia na próxima quarta-feira ao lado do ex-presidente Lula. Tudo para tentar voltar a vencer as eleições no Estado, assim como no primeiro turno, quando bateu Marina Silva por menos de 400 mil votos. Aécio foi terceiro.