A disputa pelo governo do Rio de Janeiro foi marcada por boa dose de aspereza entre os candidatos. Até quem fazia a linha light, sem ataques, em certo momento, rendeu-se à tentação das frases feitas e dos golpes – acima e abaixo da cintura. Foi o caso do governador e candidato à reeleição Luiz Fernando Pezão (PMDB). Depois de um primeiro turno apenas assistindo ao tiroteio em sua direção, ele mudou de comportamento na segunda etapa. Os ataques miraram a ligação do seu adversário, Marcelo Crivella (PRB), com a Igreja Universal, com o bispo Edir Macedo e também com o ex-governador Anthony Garotinho (PR). Veja algumas das frases de efeito do candidato do PMDB.
“Nada nos separa, presidenta” - em 25 de julho, durante jantar com Dilma Rousseff na Baixada Fluminense. A declaração foi feita em meio ao fortalecimento do movimento Aezão, capitaneado por dissidentes do PMDB, que pregavam o voto em Aécio Neves e Pezão.
“Não adianta ficar batendo boca. Vocês nunca vão me ver ofendendo adversário” - em 20 de agosto, quando ainda fazia a linha “paz e amor”
“Pesquisa serve para analistas verem curvas e quedas. O tamanho dos meus pés me dá base para ficar bem tranquilo” - em 27 de agosto, ainda em segundo lugar na disputa estadual.
“Se precisar, ele vai aparecer. Mas quem é candidato sou eu. Quem tem que aparecer no horário eleitoral sou eu, que vou governar” – após debate no dia 3 de setembro, ao responder sobre o sumiço do ex-governador Sérgio Cabral de sua campanha.
Não fui o único a rir. O jeito que ele fez a pergunta foi estranho. Sei o quanto esse assunto é serio” - ao tentar explicar por que sorriu após ouvir do candidato Tarcísio Motta a pergunta: ‘Onde está o Amarildo?’, em debate, no dia 1º de outubro.
“Eu apanhei de quatro (Garotinho, Crivella, Lindberg Farias e Tarcísio), agora vou apanhar só de um, pelo menos” - em 5 de outubro, logo após a divulgação do resultado do primeiro turno.
“Meu partido, em nível nacional, tirou a decisão de apoiar a presidenta Dilma e o Michel Temer. Tenho um carinho especial por ela” – no dia 6 de outubro, garantindo que continuaria a pedir votos para Dilma no Rio e não se dobraria ao Aezão.
“Como o senhor vai fazer seus programas sociais? Vai ser o Garotinho ou o bispo Edir Macedo que vão produzir?” - em 10 de outubro, dirigindo-se ao adversário Marcelo Crivella, sobrinho de Macedo e recém-aliado de Garotinho
“A gente sabe o que sua organização, a Igreja Universal, faz durante a campanha. Como usaram a Universal, que virou partido político que escolhe qual candidato quer eleger” – subindo o tom dos ataques no dia 10 de outubro.
“Você é testa de ferro do bispo Edir Macedo” - a Crivella, em 14 de outubro, durante debate na Rádio CBN
“Quem quiser conhecer mais o Crivella é só acessar www.overdadeirocrivella.com" - no último debate antes da disputa, ao mencionar um site, segundo ele, criado por sua própria campanha com “verdades” sobre o adversário.
Veja o cenário eleitoral nos estados