Favoritos ao Senado têm embate tenso em debate no RS

Olívio Dutra e Lasier Martins protagonizaram um confronto durante encontro realizado pela Agert com os sete candidatos ao Senado no Estado

11 ago 2014 - 17h26
(atualizado às 17h36)
<p>Os sete candidatos ao Senado no Rio Grande do Sul participaram do debate, promovido pela Agert</p>
Os sete candidatos ao Senado no Rio Grande do Sul participaram do debate, promovido pela Agert
Foto: Flavia Bemfica / Terra

O ex-governador Olívio Dutra (PT) e o jornalista Lasier Martins (PDT), que disputam uma vaga ao Senado no Rio Grande do Sul e têm polarizado a eleição, protagonizaram um embate tenso durante esta segunda-feira, em Porto Alegre. O confronto aconteceu durante um debate realizado pela Associação Gaúcha das Emissoras de Rádio e Televisão (Agert) com os sete candidatos ao Senado no Estado.

No segundo bloco do evento, quando os candidatos podiam fazer perguntas entre si, Lasier escolheu Olívio para responder a seu questionamento. O pedetista disse que o adversário formulou políticas que deram errado tanto quando foi prefeito de Porto Alegre (entre 1989 e 1993)  como quando foi governador do Estado (entre 1999 e 2003).

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“O senhor, quando prefeito, teve como passagem marcante a encampação do transporte coletivo, que não deu certo, gerou prejuízo e acarretou ação judicial. Depois, quando governador, tentou um termo aditivo no contrato de concessão das rodovias que também não deu certo, acarretou uma dívida que hoje está na Justiça. A sua política mandou embora uma série de empresas. Se eleito, e eu espero que isso não aconteça, o senhor vai continuar mantendo uma política estatizante ou vai aceitar as parcerias público-privadas?”, perguntou o Lasier. 

Olívio defendeu as ações desenvolvidas em seus governos e comparou o pedetista ao ex-governador Antônio Britto (na época, PMDB), cujo mandato se estendeu de 1995 a 1999. “Tu és igual a um oponente que eu tive em 1998, cevado na mesma matriz tua, que quer a redução do Estado, a privatização, a flexibilização das leis trabalhistas, e quer ser subalterno aos interesses das grandes empresas. O senhor é um puxa-saco desses empresários. Não faz parte da altivez do Rio Grande essa postura que o senhor está tendo, e ainda travestido de trabalhismo”, anunciou o petista.

O confronto prosseguiu com a réplica de Lasier, que voltou a defender a realização de parcerias público-privadas. “Pretendo manter uma linguagem de alto nível e propostas. Esse quadro que o senhor pinta é ilusório. O Rio Grande do Sul não é isso que o senhor está dizendo e o senhor passou o Estado para o seu sucessor em condições piores do que tinha recebido. Estamos vivendo numa época de economia de mercado inevitável, de altas tecnologias e o nosso Estado não tem recurso para nada. Não tem dinheiro para pagar os professores. Nossa segurança é um horror. Não temos outra saída que não fazer as parcerias público-privadas”, disse.

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Olívio, na tréplica, afirmou que o Estado tem alto poder de atração de investimentos e argumentou que, na atual gestão petista, o Estado cresceu acima da média do País. “O senhor é uma nova versão do 'cavalo do comissário' lá de 1998”, disparou. "Cavalo do comissário" é uma expressão gaúcha que indica algum tipo de privilégio ou favorecimento. A expressão, que traz elementos da história e da tradição do Estado, foi cunhada de forma a indicar que, em corridas, é difícil ganhar do cavalo do comissário de polícia não porque ele seja o melhor, mas porque é favorecido por quem o patrocina.

Ao final do encontro, enquanto se despediam, Lasier, sorrindo, falou: “Discutimos, mas somos amigos”. Olívio, sério, respondeu: “É verdade. E franqueza não faz mal a ninguém”. Além de Lasier e Olívio, Beto Albuquerque (PSB), Simone Leite (PP), Ciro Machado (PMN), Júlio Flores (PSTU) e Rubens Goldenberg (PRP) também participaram do debate. 

Coligações partidárias: Dilma, Aécio e Eduardo Campos

Fonte: Especial para Terra
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