Indignados com Sartori, professores planejam ato na Tumelero

21 out 2014 - 10h40
(atualizado às 14h08)
Em entrevista nesta segunda ao Terra, candidato ao governo do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori (PMDB) falou sobre os desafios que vai enfrentar caso seja eleito
Em entrevista nesta segunda ao Terra, candidato ao governo do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori (PMDB) falou sobre os desafios que vai enfrentar caso seja eleito
Foto: Liana Pithan / Terra

A declaração do candidato ao governo do Rio Grande do Sul pelo PMDB, José Ivo Sartori, sobre o pagamento do piso salarial dos professores em entrevista concedida ao Terra, na segunda-feira, repercutiu durante todo o dia de ontem ficando nos trending topics do Twitter. A fala do peemedebista causou revolta entre os professores que cogitam manifestações em frente à loja de material de construção Tumelero (citada na fala do político), além da presidente do Centro de Professores do Estado (Cpers-Sindicato), Helenir Oliveira, se dizer “extremamente irritada”. “Se ele trata assim em tempos de eleição quando precisa de votos, imagina como vai ser quando for eleito”.

Durante a entrevista, Sartori foi indagado sobre as críticas que vem sofrendo de seu adversário sobre a falta de propostas, ao que respondeu: “propostas, sim. Promessas, não. Até porque temos o exemplo do governo que está ai. Prometeu muito e não cumpriu (...) Eu fui lá no Cpers e não assinei o documento exigindo um compromisso de pagar ou resgatar o salário... o piso. O piso, vou lá no Tumelero e te dou um melhor, lá tem piso bom... Quem criou o  piso salarial, prometeu que ia fazer e não fez... Agora vai chegar no final do ano, o piso salarial dos professores do Rio Grande do Sul  vai ser um passivo de R$ 10 bilhões”.

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Pouco depois, a campanha do PT publicou apenas este trecho da entrevista, gerando muita polêmica nas redes sociais. Em seguida o peemedebista reagiu dizendo que a fala foi tirada do contexto e divulgou nota pedindo “desculpas por qualquer mal-estar causado, reforçando o respeito que tem pelos professores, lembrando que quem não respeita o magistério é o candidato Tarso, do PT”.

“O piso para nós educadores é uma luta de muito tempo, e o que nos deixou surpresos e indignados foi a leviandade. Se era uma brincadeira ou não, acho que as pessoas têm que saber sobre o que se brinca. Isso teve um repercussão negativa dentro da nossa categoria, inclusive tem alguns colegas que estão propondo que a gente faça atos em frente à Tumelero pedindo nosso piso. Acho que ele está há muito tempo secretário, deputado ou prefeito e esqueceu o que é ser professor. E acho que nas palavras dele, no tom jocoso, retratar isso que é tão caro para nós, acho que isso mostra o distanciamento dele hoje com o professor Ivo Sartori”, afirmou a presidente do Cepers, lembrando que tanto Sartori quanto sua mulher atuaram como professores.

Todos os oito candidatos que disputaram o governo gaúcho no primeiro turno tiveram encontros com o Cpers, onde foram apresentadas as principais reivindicações da categoria, entre elas, o pagamento integral do piso salarial, cujo valor hoje é alcançado com um complemento. Sartori foi o único que não assinou o documento de compromisso com o pagamento, sinalizou apenas que isso só seria possível com mudanças no plano de carreira dos professores, o que não é bem visto pela categoria.

“Ele colocou que isso passava por uma revisão do nosso plano de carreira, que é uma luta histórica que nós temos também, tivemos governadores que tentaram mexer no nosso plano de carreira e a gente fez a luta e não conseguiram (...) Em todos os Estados ou municípios em que mexeu no plano de carreira para pagar o piso, foi um processo de arrocho brutal de salário. Nós já ganhamos pouco, por isso temos eu segurar com unhas e dentes aquilo que nós temos”, afirma Helenir. 

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Fonte: Terra
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