Candidato a uma vaga ao Senado pelo PSB do Rio Grande do Sul, o deputado federal Beto Albuquerque afirmou nesta sexta-feira em Porto Alegre que não existe gestão no governo federal. Em encontro com empresários, o deputado, principal articulador no Estado da candidatura de Eduardo Campos (PSB) à Presidência da República, criticou diferentes áreas da administração da presidente Dilma Rousseff (PT), que disputa a reeleição. “Em saúde, por exemplo, o governo federal inverteu a pirâmide dos investimentos e, lá em cima, sem controle e sem responsabilidade, o dinheiro vai pelo ralo. A cada dia que passa eu me apaixono mais pela palavra resultado”, declarou.
Em alusão a um dos principais pontos de debate nas eleições gaúchas, a questão da dívida do Estado com a União, o deputado também mirou na administração Dilma. “O Rio Grande do Sul vem sendo assaltado há muitos anos pelo governo federal. Não podemos aceitar que o governo federal tenha feito uma medida provisória para resolver o problema da cidade de São Paulo, mas não tenha o mesmo olhar para os Estados.” A comparação com a cidade de São Paulo foi feita por Campos quando de sua passagem pelo Estado, na semana passada.
Ainda sobre a gestão pública, o deputado disse que o Rio Grande do Sul precisa de “um freio de arrumação” e fez referência a crise econômica internacional para novamente censurar as administrações petistas no Estado e no País. “O poder público acredita que nunca quebra, mas a Grécia já nos disse: olha pessoal, quebra sim.”
Beto, que de acordo com as últimas pesquisas de intenção de voto aparece em terceiro lugar na corrida ao Senado, e em uma disputa polarizada entre Olívio Dutra (PT) e o jornalista Lasier Martins (PDT) também aproveitou para, mais uma vez, se apresentar como a novidade em relação ao Senado. “Não quero ser senador para ficar empunhando a bandeira de um só partido. E nem para sentar na janela sem antes ter prestado anos de serviço ao meu Estado. Eu tenho a possibilidade de repique, mas temo muito a possibilidade de darmos mandato para quem depois dos oito anos não vai ter novo teste nas urnas.”
Em atos de campanha, o socialista tem repetido que o Senado não é local para “aposentar figuras ilustres”. Olívio, que foi governador do Estado entre 1999 e 2003, estava desde então sem mandato, ocupou seu último cargo público entre 2003 e 2005, quando foi ministro das Cidades, e tem 73 anos de idade. Lasier, 72 anos, trabalhou como jornalista no Grupo RBS por 27 anos e se desligou da empresa no ano passado, para anunciar a candidatura. É a primeira vez que disputa um cargo eletivo.
Coligações partidárias: Dilma, Aécio e Eduardo Campos