O PDT do Rio Grande do Sul decidiu liberar os filiados no segundo turno da eleição estadual. A divisão dentro do partido entre os partidários do governador Tarso Genro (PT), que tenta a reeleição, ou José Ivo Sartori (PMDB) é tamanha que a decisão a respeito do que fazer neste segundo turno precisou ser feita no voto, na quarta-feira à noite. E o diretório partidário acabou desautorizando a executiva do PDT que, na segunda-feira, antes mesmo de conversar com os candidatos ao governo, havia anunciado indicativo de “apoio incondicional” a Sartori.
Na reunião do diretório, na qual votaram 130 membros, 77 decidiram pela liberação dos filiados e 52 pelo apoio a Sartori. Houve uma abstenção. O resultado foi comemorado pelo comando de campanha do PT, que desde o domingo à noite, tão logo saiu o resultado das urnas, fazia movimentos de forma a impedir que o PDT seguisse com Sartori. O objetivo dos petistas, que sabiam ser praticamente impossível obter o apoio formal do PDT a Tarso, devido às divergências internas, era conseguir a liberação.
No Rio Grande do Sul o PDT elegeu no domingo o candidato ao Senado, Lasier Martins, que é anti petista convicto. O candidato derrotado do partido ao governo, o deputado federal Vieira da Cunha, também é contra o alinhamento com o PT, e forte crítico tanto da administração Tarso quanto do governo da presidente Dilma Rousseff (PT), candidata à reeleição. Vieira ficou em quarto lugar na disputa. Além de Lasier e Vieira, dois dos três deputados federais eleitos também eram defensores do apoio a Sartori e à candidatura presidencial de Aécio Neves (PSDB).
O PDT, contudo, fez parte do governo Tarso até o final do ano passado. O governador tem a seu lado parte dos deputados estaduais eleitos, um dos federais, e prefeitos. Além disso, integrantes da executiva admitem que a direção nacional do partido, alinhada à Dilma, fez uma série de articulações em favor da liberação dos filiados.
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