Com 100% dos votos apurados, está definido como governador do Rio Grande do Sul José Ivo Sartori (PMDB), que recebeu 61,21% dos votos válidos.Tarso Genro (PT) teve 38,79% dos votos válidos. Confira o resultado do segundo turno e um breve perfil do vencedor.
José Ivo Sartori (PMDB): 61,21 %
Tarso Genro (PT): 38,79 %
Brancos:3,12 %
Nulos: 4,97 %
Quem é José Ivo Sartori
O novo governador do Rio Grande do Sul, o peemedebista José Ivo Sartori, nasceu em Farroupilha, na Serra gaúcha, em 25 de fevereiro de 1948. Seu companheiro na corrida ao Palácio Piratini e vice eleito é o empresário e pecuarista José Paulo Cairoli (PSD). Com 66 anos, Sartori é professor formado em Filosofia. Ele deu início a sua carreira como político em 1976, quando, pelo então MDB, se elegeu vereador na cidade de Caxias do Sul. Seis anos depois conquistou o primeiro de cinco mandatos consecutivos na Assembleia Legislativa do RS. No governo de Pedro Simon (PMDB), comandou a pasta do Trabalho e Bem Estar Social entre os anos de 1987 e 1988.
Em 2002 Sartori se elegeu deputado federal, mas permaneceu na Câmara por apenas dois anos. Em 2004, após duas tentativas anteriores frustradas, disputou e venceu a prefeitura de Caxias do Sul. Concorreu à reeleição para a prefeitura em 2008 encabeçando uma aliança formada por 14 partidos e novamente venceu. Em 2012 elegeu o sucessor à frente da prefeitura, o pedetista Alceu Barbosa Velho, que havia sido seu vice-prefeito, e deixou a administração com altos índices de aprovação.
No ano passado, quando o PMDB gaúcho especulava entre ele e o ex-governador Germano Rigotto como candidato para a eleição estadual, ganhou o apoio do senador Pedro Simon e teve seu nome fortalecido. Desde o começo das articulações, contudo, negou-se a apoiar no Estado a aliança nacional do PMDB com o PT e o nome da presidente Dilma Rousseff (PT) na corrida eleitoral.
Em função da divergência, uma ala do PMDB gaúcho optou por lançar outro nome na disputa interna, mas Sartori venceu com folga a convenção partidária. Declarou apoio a Eduardo Campos para a eleição presidencial, fechou aliança com o PSB no Estado e manteve o apoio a Marina Silva após a morte de Campos. No segundo turno continuou na oposição ao governo Dilma e abriu palanque no RS para Aécio Neves (PSDB).
Pouco conhecido fora de sua região do Estado e concorrendo com dois candidatos de projeção nacional, começou a corrida ao Piratini com baixas intenções de voto (na faixa dos 4%). No primeiro turno, optou por uma campanha que evitou os ataques diretos, se colocou como opção à polarização entre PT e PP e reforçou uma imagem de homem simples e afeito ao trabalho, características atribuídas aos gaúchos descendentes de imigrantes italianos, conhecidos no Estado como ‘gringos’. A estratégia deu certo e, quando faltavam três semanas para a votação, começou a dar saltos nas pesquisas. Acabou derrubando a senadora Ana Amélia Lemos, que concorria como favorita, pelo PP.
Sartori entrou no segundo turno capitaneando adesões. Além dos partidos de sua coligação (PMDB, PSD, PSB, PPS, PHS, PTdoB, PSL e PSDC), obteve apoio de outras 11 siglas, entre elas PP e DEM. Inicialmente, incrementou ainda mais a imagem do ‘gringo piadista’ e que fornecia respostas genéricas a todos os questionamentos. Mas a estratégia começou a ser questionada por parte dos eleitores e atacada pela campanha adversária. Uma piada sobre o piso do magistério feita pelo peemedebista durante entrevista ao Terra nesta última semana da eleição arranhou sua imagem de político inocente e cordial.
Mesmo com as pesquisas indicando que tinha uma larga vantagem, ao final da corrida, mudou o tom do discurso e passou a fazer ataques diretos, alguns de cunho pessoal, ao adversário, o governador Tarso Genro (PT). Após a vitória, seu primeiro desafio será a negociação com os 19 partidos que chegam junto com ele ao Piratini.