O presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul e deputado reeleito, Gilmar Sossella (PDT), foi indiciado pela Polícia Federal por formação de quadrilha e concussão, crimes previstos no Código Penal, e coação, crime tipificado no Código Eleitoral. Além dele, outras sete pessoas também foram indiciadas, incluindo seis servidores da Assembleia.
Segundo as denúncias, o gabinete da presidência supostamente pressionava servidores para que destinassem parte de seus salários à campanha do deputado. Elas apontam ainda que haveria estagiários obrigados a atuarem como cabos eleitorais para Sossella.
O caso começou a ser investigado pela PF no último mês de agosto, em plena campanha eleitoral, a partir de denúncias de servidores da Assembleia. O deputado e os outros indiciados, além de servidores e estagiários, prestaram depoimentos e as investigações avançaram.
O caso ganhou repercussão a partir da realização de um jantar para arrecadação de fundos para a campanha do deputado, no dia 3 de setembro, cujos convites estavam sendo vendidos a R$ 2,5 mil. Conforme as denúncias, servidores com funções gratificadas teriam sido coagidos à compra sob a ameaça de sofrerem rebaixamento em suas funções.
O inquérito na PF foi concluído na quinta-feira e remetido ao Ministério Público Eleitoral e ao Tribunal Regional Eleitoral.
Nesta sexta, Sossella negou todas as acusações e disse que "o assunto é velho". O deputado, que cumpre agenda pelo interior do Estado, afirmou que vai provar sua inocência e assegurou que não fez nada diferente de outros parlamentares.