Mesmo proibido de participar de uma campanha forte ao Senado pelo Rio Grande do Sul por proibição médica, com 84 anos de idade o senador Pedro Simon (PMDB) disse que aceitou o desafio de mais uma eleição “por pressão psicológica“ de seus aliados políticos. Durante o final de semana os correligionários tiveram intensas reuniões para convencê-lo a assumir a vaga deixada por Beto Albuquerque (PSB), que se juntou a Marina Silva na corrida ao Planalto.
“Eu poderia entrar na Justiça com o argumento de que me pressionaram psicologicamente a aceitar, não respondi até agora, e estou aqui”, disse em tom de brincadeira, um pouco antes de completar a fala: ”estou aqui porque aqui é o meu lugar”. Logo depois ainda durante a coletiva de imprensa, o presidente estadual do PMDB, Edson Brum, entregou a ata da candidatura para Simon assinar, “só para não fazer o senhor ter que ir para outro lugar”, justificava.
Após a morte de Eduardo Campos a especulação ao redor do nome de Beto Albuquerque (PSB) para a vaga de vice de Marina ficou mais forte, e veio a se confirmar. Com isso, começaram a pipocar nomes que poderiam substituí-lo na corrida ao Senado pela chapa O Novo Caminho para o Rio Grande (PSB, PSD, PPS, PHS, PTdoB, PSL, PSDC e PMDB). Os nomes de Germano Rigotto, Ibsen Pinheiro e José Fogaça foram especulados, e Simon havia dito que não concorreria mais, uma vez que seu cardiologista o teria proibido de participar de mais um pleito.
“Meu médico disse que não deveria ser candidato, tenho saúde para chegar a cento e tantos anos...”, afirmou, dizendo, no entanto, que “nesses 40 dias em campanha em todos os cantos, não vou poder fazer”. Já presidente estadual do PMDB fez uma provocação aos adversários Olívio Dutra (PT) e Lasier Martins (PDT), dizendo eu os dois “não são guris (jovens)”.
Indagado sobre a possibilidade de terminar sua carreia política com uma derrota pela impossibilidade de fazer uma campanha ais forte e com menos tempo na busca por votos em relação aos seus adversários, Simon afirmou que vai fazer sua parte ”não sei como vai ser a repercussão, se vai cair no ridículo, vou fazer o que tenho que fazer, a minha parte”.
Segundo ele, suas principais motivações são o apoio a candidatura de Ivo Sartori (PMDB) ao governo estadual, e o apoio a Marina, que segundo ele, “não governará com maioria, mas sim com apoio popular... Essa é a grande razão de eu aceitar ser candidato, para poder ajudar Marina no Congresso.”