Aconteceu na noite desta quinta-feira o primeiro debate televisivo entre os candidatos ao governo do Estado do Rio Grande do Sul, realizado pela TV Bandeiranes. Teve bastante intensidade, como Ana Amélia (PP) partindo para o ataque em ao menos duas vezes nos primeiros 12 minutos contra o candidato a reeleição, Tarso Genro (PT), teve o petista praticamente discutindo com Roberto Robaina (Psol), seu ex-genro, teve João Carlos Rodrigues (PMN) fazendo pergunta sobre IPVA e respondendo pergunta com pergunta, teve Vieira da Cunha (PDT) sendo carinhosamente chamado de “Vieirinha” pela candidata do PP, e teve José Ivo Sartori (PMDB) perguntando há quanto tempo estava ali.
Mas vamos ao um resumo:
- Todos alinhados antes do início do debate em seus púlpitos.
- Logo no começo teve José Ivo Sartori e Ana Amélia fazendo o que foi chamado de “tabelinha” na primeira pergunta, quando o peemebista a indagou sobre corte de gastos. A candidata falou do número elevado de cargos comissionados e terceirizações “hoje fiquei sabendo que existem contratos milionários e que não cumprem “, disse, fazendo dois ataques ao governo nos primeiros 12 minutos.
- Teve Tarso Genro reclamando que Sartori e Ana Amélia fizeram a tal “tabelinha” , dizendo que ambos depreciaram os R$ 15 bilhõs que ele alega ter abatido da dívida pública, “dívida contratada e negociada por governos dos quais eles participaram”.
- Teve João Carlos Rodrigues dizendo que ficava muito sentido, chateado e triste, “quando candidato de determinado partido vem fazer críticas a determinados governos, quando o governo do partido deles se elegeu prometendo fazer a reforma politica e não fez”.
- Vieira da Cunha também reclamou da tabelinha e disse a partir naquele momento é que ia começar o debate. Fez uma pergunta sobre resolver o pagamento da dívida do Estado na Justiça, e ouviu de Tarso que era ˜insinuação ou ingenuidade” achar que poderia resolver isso nos tribunais.
- Teve Robaina, do Psol, perguntando sobre o pagamento do piso dos professores para Vieira da Cunha, mas os dois terminaram falando de novo sobre se poderiam ou não dar o calote na dívida, além de serem interrompidos pelo apresentador por passarem do tempo.
- O candidato do Psol, um partido da esquerda socialista, criticou a isenção R$ 50 milhões dada pelo governo gaúcho a uma empresa de caminhões vinda da China comunista.
- Teve debate entre as visões políticas bem contrárias com Robaina e Ana Amélia falando sobre os pedágios no Rio Grande do Sul. Ela criticou a formatação da empresa adotada pelo governo, dizendo ainda que todo mundo já sabia qual era a opinião de Robaina. E ele respondeu que “a diferença é que tu faz oposição pela direita, e eu faço pela esquerda”.
- Ao falar sobre saúde, Sartori falou sobre o apoio a rede filantrópica e fortalecimento da atenção básica. Vieira da Cunha concordou, dizendo que tem que acabar com a “ambulâncioterapia”, mas a conversa não termina antes do peemedebista falar sobre sua experiência como prefeito de Caxias do Sul, algo que se repetiu algumas vezes.
- O momento mais carinhoso foi quando Ana Amélia não conseguiu fazer uma pergunta a Vieira da Cunha, mas deixou escapar, “mas eu queria o Vieirinha”. Os dois puderam debater mais adiante no programa. Naquele momento ela perguntou sobre segurança para “o gringo que faz”, Sartori.
- Teve o momento mais quente do debate com Tarso dizendo que paga o piso dos professores. Robaina discordou, dizendo que complemento é igual ao que a tucana Yeda Crusius tentou fazer.
- Tarso acusou Robaina de promover uma “fraude informativa” e o adversário reclamou fora do microfone, já que não tinha mais tempo pelas regras, “mas não sou eu de novo? Mas ele pode falar qualquer coisa?“
- No terceiro bloco, indagada sobre sua falta de experiência, Ana Amélia uou como exemplo de sucesso as conquistas sociais promovidas pelo então Luiz Inácio Lula da Silva em seu primeiros anos de governo.
- Ainda com o sangue quente depois do primeiro embate, Tarso voltou o ataque direto ao Psol (partido do qual sua filha, que já foi casada com Robaina concorre à presidência da República) dizendo que eles fizeram aliança com o DEM no Amapá, que foram contra o prouni, além de dizer que os pesolistas se aliaram também com o vice da ex-governadora Yeda Crusius, que ele chamou de “extrema direita” e foi ainda mais fundo: “tu tens que amadurecer politicamente rapaz”.
- Calma que tem mais.
- “Ele me acusa de fraudar informação e faz a mesma coisa”, rebateu Robaina, que acusou o PT se aliar com Collor em Alagoas. “É uma inverdade tu dizer que fomos contra o Prouni, a Luciana, quando deputada, votou a favor”, respondeu.
- Teve o Sartori falando mais uma vez sobre Caxias do Sul, citando um programa de coleta de sangue implantado na cidade, ao responder uma pergunta sobre saúde feita por Roberto Robaina, que depois do duro embate com o ex-sogro preferiu não investir mais contra Tarso.
- Teve Tarso perguntando para Ana Amélia sobre como cortaria cargos e secretarias. Ela dizia que eram 6 mil cargos comissionados, e ele dizia que eram 2,2 mil no governo, que representaria uma economia muito pequena.
- Indagado sobre projetos para segurança em pergunta feita por Vieira da Cunha, Sartori voltou a falar da experiência de Caxias com a Secretaria Segurança Pública e Proteção Social.
- João Carlos Rodrigues pergunta sobre o que é feito com o dinheiro do IPVA para Vieira da Cunha. O pedetista fala sobre a RS-118, cuja obra não termina nunca, mas o candidato do PMN volta a perguntar sobre o IPVA. “Tu perdeu a oportunidade de falar para população, até porque deve ter feito a pesquisa e sabe, eu vou me informar, me dá teu telefone que eu vou te ligar”, disse o pedetista.
- Nesse momento as coisas começaram a ficar confusas para alguns, e Sartori antes de fazer sua pergunta, faz uma pergunta: “nós estamos aqui há quanto tempo?”, “há mais de uma hora”, respondeu o apresentador Oziris Marins. “Não, quanto tempo de pergunta”, explicou Sartori. “30 segundos”, completou o jornalista.
- Ana Amélia fez ainda uma pergunta a João Carlos Rodrigues sobre problemas em estradas, dando a interdição de uma ponte como exemplo, ao que ele responde também como uma pergunta “temos que estudar, e tenho certeza que a senhora na sequencia pode nos dizer de que forma podemos fazer isso”.
- O último bloco teve pergunta sobre o orgulho gaúcho.
E no final teve entrevista com os candidatos feita pela irmã mais nova de Patrícia Poeta, Paloma Poeta, contratada pela Band RS no começo do ano, indagando Sartori sobre a importância do debate. A semelhança entre as duas é evidente.