Russomanno declara apoio a Covas; Boulos quer aliança ampla

Candidato do PSOL nega loteamento de cargos e diz que quer governar cidade com 'amplo campo de partidos e forças sociais progressistas'

17 nov 2020 - 20h24
(atualizado às 21h49)

O candidato do PSOL à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos, disse nesta terça-feira, 17, que os partidos e movimentos sociais de esquerda terão espaço em um eventual governo. A declaração foi dada após reunião com representantes do PT para decidir a participação do partido de Jilmar Tatto em sua campanha.

"Ninguém governa uma cidade como São Paulo sozinho. Vamos governar São Paulo com um amplo campo de partidos e forças sociais progressistas que compartilham do projeto de combate às injustiças, combate às desigualdades e defesa da democracia", disse o candidato, negando que fará loteamento de cargos.

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Russomanno declara apoio a Covas; Boulos diz espera governar com siglas aliadas
Russomanno declara apoio a Covas; Boulos diz espera governar com siglas aliadas
Foto: Montagem / Estadão Conteúdo

Seu adversário, Bruno Covas (PSDB), recebeu nesta terça-feira, 17, o apoio do Republicanos e do candidato Celso Russomanno. Em nota, o partido diz que "entende que moderação e equilíbrio são fundamentais para que a cidade possa avançar" e que Covas "é a pessoa mais preparada para isso".

O Republicanos fazia parte da gestão Covas na Prefeitura até o início da campanha. Outro que manifestou apoio a Covas foi o candidato do PSD, Andrea Matarazzo, que foi do PSDB por 25 anos. Seu partido, comandado por Gilberto Kassab, que chegou a ser anunciado como secretário de João Doria (PSDB) no governo do Estado, não definiu posição.

Além do apoio do PT, o PSOL espera decisões do PCdoB, PDT, Rede e PSB. Lideranças importantes do PCdoB, como o candidato Orlando Silva, já declararam apoio a Boulos. A cúpula do PDT também defende adesão ao candidato do PSOL no segundo turno, mas ainda espera uma decisão do PSB, legenda com a qual se coligou em diversas capitais no primeiro turno. Os dois partidos só devem se posicionar quinta-feira, 19.

A ideia do PSOL é dar um caráter de frente à campanha e estimular uma onda a favor de Boulos no segundo turno, com a inclusão de lideranças nacionais como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ex-ministro Ciro Gomes (PDT), a ex-senadora Marina Silva (Rede) e o governador do Maranhão, Flavio Dino (PCdoB).

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Na quarta-feira, 18, o candidato participa de uma caminhada pelo centro ao lado dos novos aliados e vai divulgar uma lista de apoios de políticos, artistas, intelectuais e líderes sociais de todo o Brasil.

Na manhã desta terça-feira, Lula postou em suas redes sociais uma mensagem em defesa de Boulos. "Todos os eleitores e eleitoras que votam no PT, todos os eleitores que são de esquerda, todos os eleitores progressistas, todos que querem restabelecer a democracia no Brasil, tem agora o compromisso histórico de votar no companheiro Guilherme Boulos para prefeito de São Paulo", escreveu Lula.

Boulos disse que os apoiadores serão mostrados em sua campanha de TV. "Nós vamos, sim, levar nossos apoiadores para a televisão. Aqui, ao contrário do nosso adversário, nós não escondemos apoiador. O Bruno (Covas) está escondendo o João Doria faz uns três meses. Ele tem medo que o povo descubra que ele é o candidato do Doria que abandonou a cidade", garantiu o candidato.

O Estadão revelou nesta segunda-feira que Lula deve ter um papel coadjuvante na campanha do candidato do PSOL. O ex-presidente só deve aparecer na TV ao lado de outras lideranças nacionais. O motivo é o temor de que a campanha do PSDB tente associar Boulos ao PT para explorar o antipetismo que ainda é forte entre os eleitores de São Paulo.

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