De olho nos votos da esquerda, Tabata ataca Boulos em debate

Encontro reuniu candidatos à Prefeitura de São Paulo na Record neste sábado

28 set 2024 - 21h31
(atualizado às 23h52)
Guilherme Boulos (PSOL) e Tabata Amaral (PSB) no debate da Record deste sábado, 28
Guilherme Boulos (PSOL) e Tabata Amaral (PSB) no debate da Record deste sábado, 28
Foto: Reprodução/Youtube R7

A candidata do PSB à Prefeitura de São Paulo, Tabata Amaral, mudou a estratégia que vinha adotando na campanha eleitoral. Neste sábado, 28, no debate que acontece na Record TV, ela preferiu mirar em Guilherme Boulos (PSOL), numa tentativa de atrair mais votos de eleitores da esquerda para si.

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Ao contrário dos outros encontros, a deputada federal não fez a primeira pergunta a Pablo Marçal (PRTB), com quem teve mais confrontos anteriormente. Em sua primeira pergunta, direcionada a Boulos, ela fez críticas a posições adotadas pelo PSOL a parcerias com empresas, organizações não-governamentais e outras entidades privadas. 

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"De cada 10 crianças que estão na creche hoje, oito estão em entidades, muitas delas religiosas, que fazem parcerias com a prefeitura. Na última eleição, você disse que era contra esse modelo e que se fosse prefeito acabaria com as parcerias. Agora, você diz que mudou de opinião nessa eleição. No entanto, o seu partido, o PSOL, continua sendo contrário ao modelo de parcerias. Queria entender em quem nós devemos acreditar, no Boulos ou no PSOL?"

Boulos evitou confrontar Tabata e afirmou que "tem condições e capacidade de aprender, quando vê uma experiência", dizendo que vai manter as creches conveniadas e fortalecer os convênios, assim como disse que fará na rede pública. Na sequência, usou o tempo para criticar o atual prefeito e também candidato, Ricardo Nunes (MDB). 

Em tom mais incisivo, a deputada federal voltou a questionar o candidato do PSOL sobre as suas mudanças de posicionamento e citou a legalização das drogas, o aborto e a Venezuela. 

"Você, nesta eleição, abriu mão de muitos posicionamentos históricos que você e seu partido defenderam veementemente. Você dizia que era a favor da descriminalização das drogas. Agora, é contra. Dizia que era a favor da legalização do aborto. Agora diz que defende a lei do jeito que está. Esta semana, mudou sua posição em relação a Venezuela. Agora, finalmente, disse que é uma ditadura. Mas o seu partido mantém essas mesmas posições. Como é que você vai governar com o seu partido contra?", disse Tabata.

Boulos lamentou o fato da adversária ter trazido um assunto internacional para o debate sobre a cidade de São Paulo. "Tabata, lamento que você traga questões que não procedem para o debate."

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Os dois candidatos disputam os votos da esquerda. Pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta-feira, 26, sobre intenção de voto para prefeito de São Paulo mostra Ricardo Nunes (MDB) com 27%, Guilherme Boulos (PSOL) com 25%, e Pablo Marçal (PRTB) com 21%. Tabata aparece com 9%. Pela margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos, Nunes e Boulos seguem empatados tecnicamente, liderando a corrida.

Explicação da estratégia 

Após o debate, Tabata conversou com a imprensa e negou que tenha mudado de estratégia. Segundo a candidata do PSB, os concorrentes estão "em um joguinho combinado" e que ela está na disputa para "confrontar as incoerências e propostas ruins de todos os adversários".

"Eles que não têm coragem de me confrontar. Eu, hoje, tive interação com todos os cinco adversários, mas desde o primeiro debate, lá na Band, que a gente vê que Bolos, Nunes e até o Marçal evitam ao máximo o confronto comigo. (...) Não é uma estratégia específica. Eles estão cheios do joguinho combinado. Quantas vezes Nunes e Bolos não se uniram para poder fugir do debate, para poder tirar do eleitor o direito de conhecê-lo e as propostas de cada um", declarou. 

A deputada federal ainda questionou a busca das campanhas pelo voto útilo. "Essa coisa que pessoas do pessoal ficam trazendo de voto útil, na verdade, é voto inútil. O Boulos perde e perde muito para o Nunes no segundo turno. Eu sou a única candidata que vence todos. Venço o Nunes, venço o Marçal e venço o Boulos com margem. Nunca vi voto útil você colocar um candidato para perder no segundo turno. Na verdade, o voto útil é para a gente, mas essa é outra história."

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Boulos, que também conversou com a imprensa depois no embate na Record, não quis comentar a estratégia da rival e afirmou que "lamento que, no momento em que eu estou disputando com dois bolsonaristas para ir para o segundo turno, ela resolva nos atacar."

Os eleitores irão às urnas no primeiro turno no domingo, 6, em todo o Brasil. O segundo turno, caso seja necessário, será em 27 de outubro.

Fonte: Redação Terra
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