Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL) se encontram pela segunda vez na noite deste sábado, 19. Os dois participam do debate realizado pela Record em parceria com Estadão e Rádio Eldorado para discutir suas propostas à Prefeitura de São Paulo, que vai a pleito em segundo turno. Antes do início, ambos conversaram com a imprensa.
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O atual prefeito foi o primeiro a chegar. Ele comentou a sua desistência de participar do debate anterior, afirmando que faltou para "cuidar da cidade".
"Nós estávamos em uma reunião com o governador do estado de São Paulo, com o presidente da Enel, o presidente da Aneel, para discutir as últimas ocorrências da sexta-feira passada e também para discutir as ações com relação ao que tinha de alerta da Defesa Civil", afirmou.
Até o momento, Nunes deixou de ir a três debates, sendo que um deles foi cancelado e outros dois se tornaram sabatinas apenas com Boulos.
Ricardo Nunes também comentou a postura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que relacionou o apagão pelo qual passou a cidade de São Paulo com a falta de poda das árvores. "Lamentável, lamentável, muito, o presidente da república se prestar a um papel desse. Hoje, por exemplo, nós tivemos chuvas, tivemos um desligamento de energia, praticamente pouquíssimos casos relacionados à árvore", disse.
O prefeito também aproveitou o espaço para fazer críticas diretas ao seu adversário. Nunes chamou Boulos de "extremista". Mais cedo, ele já tinha optado por adjetivar o psolista como "ditador".
Na ocasião, Nunes citava a tentativa de Boulos de tentar barrar a publicação de uma pesquisa Datafolha. Questionado sobre o assunto antes do debate, o candidato afirmou que seus advogados já deram uma justificativa para a ação. "A nota da campanha também está devidamente explicada. Nesse debate hoje, eu espero que a gente possa ter as respostas das questões que ficaram sem resposta nos debates anteriores", afirmou.
Logo depois, Boulos falou com jornalistas e disse que prepara uma "surpresa" para a segunda-feira, 21, que ele diz estar reservando para a última semana de campanha eleitoral.
O psolista não chegou a fazer críticas diretas a Nunes, mas à sua gestão, assim como reclamou da ausência do atual prefeito aos últimos debates. O psolista disse que espera que possa desmentir no debate deste sábado histórias que circulam nas redes sociais sobre ele.
"Nós vamos combater todas as mentiras, o terrorismo, a tentativa de colocar medo na população de São Paulo, porque é isso que está em jogo, é querer bloquear e barrar uma mudança que a maioria da população quer, colocando medo, colocando terrorismo", disse Boulos, que comparou as fake news com as disseminadas durante as eleições de 2022, entre Lula e Jair Bolsonaro (PL).
Debates no segundo turno em SP
Esse é o segundo debate apenas com os dois candidatos – pois Nunes deixou de ir em outros três encontros marcados. O primeiro foi o promovido pelo jornal O Globo e pela rádio CBN, no último dia 10, que se transformou em uma sabatina com Boulos.
O segundo foi o promovido pela RedeTV!, UOL e jornal Folha de S. Paulo, no dia 17, com Nunes cancelando sua participação de última hora – e, mais uma vez, o momento se tornou uma entrevista com Boulos.
Logo no início do segundo turno, Nunes chegou a se posicionar a favor de uma redução de debates nessa reta final da eleição – já que, segundo sua equipe, ele chegou a receber 12 convites. Sua sugestão foi reduzir para três. Boulos, desde então, tem usado isso como munição para criticar o atual prefeito, alegando que ele estaria fugindo dos debates.