No dia seguinte à divulgação de um laudo com indícios de falsificação que diz que Guilherme Boulos (PSOL) teria sido internado por surtos "homicidas" em decorrência do uso de cocaína, Pablo Marçal (PRTB) decidiu correr por São Paulo como último compromisso de campanha.
O ato, que a campanha de Marçal chamou de "corrida pelo povo" começou no inicio da madrugada de sexta, 4, para sábado, 5. Segundo a campanha do ex-coach, só deve terminar na manhã de domingo, 6, dia da votação, na frente do colégio onde o influenciador vota.
Marçal começou o trajeto na Marginal Tietê e deve passar pela Estação Corinthians-Itaquera e pelo entorno do Parque Ibirapuera. O percurso real ainda é incerto, já que, de acordo com sua equipe, ele é definido praticamente "em tempo real" pelo próprio candidato. A intenção do influenciador é correr 128km ao todo.
Integrantes de sua campanha se recusaram a responder, por enquanto, os questionamentos do Estadão sobre o laudo com indícios de falsificação publicado por ele. A assessoria do postulante espera uma resposta oficial do advogado de Marçal, Tassio Renam, sobre o caso.
Ao Estadão, sua equipe adiantou que o fato de o médico dono da clínica estampada no documento ser amigo de Marçal, "corrobora com a veracidade" do laudo. Na opinião deles, o empresário não teria acesso à suposta recomendação se não tivesse proximidade com o profissional.
Para eles, as imagens de Boulos no dia seguinte à data presente no suposto laudo, publicadas no Instagram do psolista, podem não ter sido tiradas, necessariamente, naqueles dias.
Marçal publicou nas redes sociais na noite desta sexta, 4, um documento que alega ser um laudo, que possui indícios de falsificação, que aponta suposto uso de cocaína pelo adversário do PSOL. O documento é datado de 19 de janeiro de 2021. Em resposta, o candidato do PSOL rechaçou a veracidade do documento, divulgou imagens de redes sociais da data apontada no receituário e afirmou que pedirá a prisão de Marçal e do dono da clínica que aparece na imagem.
Boulos foi à Justiça neste sábado, 6, para pedir liminarmente a suspensão das redes sociais do adversário depois da publicação do suposto laudo. Os advogados do deputado federal pedem suspensão das redes sociais de Marçal — que já são provisórias depois de ação apontar para suposta monetização das contas oficiais —, além de envio dos autos para o Ministério Público Eleitoral (MPE) apurar falsificação de documento e multa de R$ 30 mil ao final da ação.
O juiz da 2ª Zona Eleitoral de São Paulo, Rodrigo Marzola Colombini, viu "plausibilidade" na acusação de Boulos sobre falsificação e determinou a exclusão das postagens que mencionem o laudo. No entanto, não suspendeu as redes sociais de Marçal e de outros dos perfis desconhecidos que também publicaram o documento.