Empresários ignoram crise da água em evento com Alckmin

9 set 2014 - 11h28
(atualizado às 11h28)
Alckmin participou de café da manhã com empresários na zona sul de São Paulo
Alckmin participou de café da manhã com empresários na zona sul de São Paulo
Foto: Thiago Tufano / Terra

Em evento que reuniu empresários na zona sul da capital paulista na manhã desta terça-feira, o governador e candidato à reeleição ao governo do Estado de São Paulo pelo PSDB Geraldo Alckmin foi poupado de questionamentos a respeito da crise hídrica, um dos temas mais polêmicos das eleições deste ano. Os participantes, empresários ligados ao Grupo de Líderes Empresariais (Lide), presidido por João Doria, ignoraram o tema e fizeram perguntas sobre produção de energia, segurança pública, transporte e política.

Publicidade

Logo nos primeiros minutos do evento, Doria, como anfitrião, agradeceu a presença de Alckmin e fez questão de mais uma vez declarar seu voto no atual governador.

“Nunca escondi e nunca vou esconder minha posição política. Ela é coerente e única. Sou filiado ao PSDB desde 2000 e quero que fique claro. Não mudei minha opinião e nem minhas decisões. Todos os candidatos são bem-vindos aqui, como Paulo Skaf (candidato ao governo pelo PMDB), que é meu amigo. Ele tem minha estima e minha amizade, mas não meu voto. Meu voto é de Geraldo Alckmin”, disse Doria, fortemente aplaudido pelos convidados. O petista Alexandre Padilha, assim como Skaf, também já participou do evento do Lide.

Doria elogiou ainda Mario Covas, que governou São Paulo e sempre é citado por Alckmin em seus discursos. “O Covas chamava o Alckmin de ‘Geraldinho’. Ele era um homem descente e fazia política como se deve fazer”.

Antes de passar a palavra para o tucano, o empresário leu o currículo de Alckmin e citou a “vasta experiência política” do atual governador de São Paulo. O candidato do PSDB falou por 28 minutos, sendo que 12 deles foram dominados pelo tema Metrô e CPTM. O restante, Alckmin usou para criticar a atual economia do País e para falar de educação e os investimentos que poderão ser feitos caso seja reeleito.

Publicidade

Por quase uma hora os empresários fizeram perguntas a Alckmin, porém sequer citaram o problema hídrico no Estado. Entre os questionamentos, um deles deixou o tucano em uma situação pouco confortável. Alckmin acabou perguntado sobre alternância de poder, já que é governador de São Paulo pela terceira vez e concorre ao quarto mandato, contando os dois anos herdados com a morte de Mario Covas em 2001.

“Seguimos o modelo americano, com mandato de quatro anos com uma reeleição. Esse modelo de fazer mandatos mais longos sem reeleição no presidencialismo, você tem um governo ruim com 5 ou 6 anos de crise que só sai com impeachment. O modelo de reeleição fica quatro anos e o povo decide. Acho que é um pouco cedo para se mudar. Não é um dogma, tem prós e contras. O que não pode é continuar do jeito que está, com 32 partidos disputando eleição. É uma vergonha termos chegado a esse ponto”, disse.

Outra pergunta feita por um dos empresários disse respeito ao apoio do PSDB paulista nas eleições presidenciais. O questionamento foi direto: “O PSDB de São Paulo está com Aécio Neves ou Marina Silva?”. Porém, para Alckmin, o apoio a Aécio sempre esteve muito claro. “O PSDB está com o Aécio. Só temos um candidato. Mario Covas, com quem aprendi muito, um homem inteiro dizia: ‘lealdade não é um traço de Ibope é um traço de caráter, então nosso candidato é o Aécio”.

Ao final do evento, Doria fez questão de cutucar a atual presidente e candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT), lembrando que alguns candidatos à presidência já participaram do Lide, mas a petista preferiu não comparecer. “A Dilma foi convidada, mas não aceitou pois não gosta de debate”.

Publicidade
Fonte: Terra
Curtiu? Fique por dentro das principais notícias através do nosso ZAP
Inscreva-se