A fumaça e o cheiro inconfundível de churrasco 'perfurmavam' o salão do Clube Banespa, na Zona Sul de São Paulo, na noite deste domingo, 27, enquanto apoiadores de Ricardo Nunes (MDB) desfilavam pelo local com adesivos com o número 15 grudado em suas roupas. Música alta. Barulho. Sorriso no rosto e um clima de pouca ansiedade. Afinal, a vitória de Nunes jé era esperada. Sem surpresa, o emedebista foi reeleito, obtendo 59,35% dos votos válidos (3,39 milhões).
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Guilherme Boulos (PSOL) terminou a corrida eleitoral com 40,65% dos votos válidos (2,32 milhões) em uma eleição que bateu o recorde histórico de abstenção, com ausência de 31,54% dos eleitores, ou seja de 2.940.360 pessoas aptas para votar.
Antes do anúncio da vitória, à medida que Nunes ampliava a sua margem de votos sobre Boulos, o público comemorava o avanço da apuração com relativa tranquilidade. Alguns mais desenvoltos apostavam nos passos da coreografia de Gangnam Style, hit de 2012 do cantor sul-coreano Psy que inspirou jingle Nunestar da campanha do emedebista, com um dos braços para cima e movimentando as pernas como se estivesse montando sobre um cavalo.
Quem não dançava, cantava: "Eeeeee, Nunes prefeito...São Paulo vai Nunestar". Minutos passaram até que o resultado da eleição foi confirmado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), preenchendo ainda mais o salão. Pouco depois das 19h, o palco já estava lotado de membros da campanha e lideranças como Gilberto Kassab (PSD), Baleia Rossi (MDB) e Tarcísio de Freitas (Republicanos), além de Tomás Covas Lopes, filho do ex-prefeito Bruno Covas (1980-2021), de quem Nunes foi vice.
Nunes chegou acompanhado da esposa, Regina Carnovale, que segurava o boné cor de rosa com estampa 'R 15'. O emedebista foi recebido por uma multidão que gritava: 'Viva a quebrada', ao fazer referência a origem do prefeito, que diversas vezes na campanha fez questão de dizer que cresceu no Jardim São Luís.
O casal não escondeu a euforia ao acenar pulando para os eleitores. Nunes discursou e agradeceu ao apoio da família, em especial da esposa, que também foi exaltada pelo público que gritava o seu nome de forma ritmada. Regina, que foi bastante assídua em eventos da campanha de Nunes, também acompanhou o marido durante a votação na Escola Estadual Dom Duarte Leopoldo e Silva, no bairro do Socorro, na manhã deste domingo.
Nunes também exaltou mais uma vez seu grande padrinho de campanha, Tarcísio. "Você pode contar comigo 24 horas por dia", disse ele. "Tarcísio, o seu nome é presente, mas o seu sobrenome é o futuro", afirmou Nunes em outro momento.
Jair Bolsonaro (PL) foi citado com a mesma intensidade com a qual apoio a candidatura de Nunes, de forma discreta e pontual. A menção ocorreu quando Nunes agradeceu a parceria com Coronel Melo Araújo, indicado por Bolsonaro para compor a chapa. "Uma indicação preciosa do Bolsonaro", finalizou.
Ao final do discurso, Nunes deixou o palco para se unir aos eleitores. Foram incontáveis fotos tiradas com o público, de forma muito solicita, por cerca de 30 minutos, até que o local começou a ficar esvaziado.
Paulista esvaziada e sem comemoração popular
Palco tradicional de vitórias, a Avenida Paulista se manteve esvaziada, sem qualquer movimentação política. O Terra passou pela via após a oficialização da vitória de Nunes e não percebeu nenhuma pessoa com adesivos dos candidatos circulando pelo local.
A avenida é um tradicional ponto de manifestações sociais e de encontros políticos, tanto de vitória quanto de derrota. A exemplo disso, eleitores de Pablo Marçal (PRTB), que ficou em terceiro lugar no primeiro turno das eleições da capital paulista, se reuniram no local após a divulgação dos resultados. Mesmo sem a ida do empresário pro segundo turno, apoiadores utilizaram a avenida para “lamentar” a derrota de seu escolhido político.
Já o presidente Lula (PT), eleito em 2022, levou milhares de pessoas à Paulista naquele ano. Com sua vitória, apoiadores e eleitores se reuniram na via para celebrar a gestão do atual chefe do Executivo.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PT) também teve uma gestão marcada por atos na Paulista. O último, já como ex-mandatário, foi no dia 7 de setembro, no Dia da Independência do Brasil, ao lado do prefeito Ricardo Nunes (MDB) e outros líderes.