Logo na sala de espera do Comitê Central do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), localizado no bairro República, em São Paulo, as paredes vermelhas dão destaque para dois retratos de cerca de 1,50 metro de Vladimir Lenin e Karl Marx, maiores símbolos do comunismo mundial. Cerca de 20 minutos depois, o candidato a vice-governador de Alexandre Padilha (PT), Nivaldo Santana (PCdoB), entra em “sua casa” ao lado de sua assessora. Apesar das eleições estarem pegando fogo em todo Brasil, por volta das 10h, o comitê está vazio e logo subimos ao andar onde aconteceria a entrevista.
Passamos por um auditório e uma sala de reunião até chegarmos a um pequeno cômodo com sofás e uma mesa, escolhido por Nivaldo para a conversa. “Vamos ficar por aqui”, disse Nivaldo, com um misto de nervosismo e tranquilidade estampado no rosto. Espalhados pelas salas, presentes recebidos pelo partido comunista, entre eles quadros, estátuas e esculturas, principalmente vindos da China e Vietnã.
Deputado estadual por 12 anos - de 1995 a 2007 - ou três mandatos, o paulistano é especialista em recursos hídricos e servidor da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) desde 1988, além de ter sido presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente de São Paulo. Apesar de seus atributos em relação ao principal tema das eleições paulistas e grande ponto de ataque do candidato petista ao governo do tucano Geraldo Alckmin, Nivaldo não acredita que tenha sido escolhido para concorrer ao cargo de vice por uma estratégia de governo voltada para esse assunto. Segundo ele, esse fato é “adicional”.
“Na verdade eu diria que minha candidatura como vice tem que ser vista de uma maneira mais ampla. Primeiro sou vice porque sou do PCdoB. Segundo porque sou sindicalista ligado à luta dos trabalhadores e isso é um fato importante. Terceiro, sou vice também pelo fato de eu ser negro e no Estado de São Paulo nunca houve um vice-governador negro. Isso expressa com maior fidelidade as características plurais do Estado. E o fato de eu ser funcionário da Sabesp desde 1988 e ter um conhecimento bom sobre a questão do saneamento básico e recursos hídricos agrega valor no debate das eleições”, disse ao Terra.
Em um bate-papo de exatos 45 minutos, Nivaldo falou sobre a CPI da Água que tentou emplacar em 2004 para investigar as causas dos problemas do abastecimento na Região Metropolitana de São Paulo, mas que, segundo ele, não “engrenou” por conta do PSDB, que teria atravancado a comissão. Já em relação as eleições deste ano, em que Padilha aparece apenas com 7% das intenções de voto de acordo com pesquisas, o comunista afirmou que setembro é o mês-chave para crescer e que o petista precisa superar o “desconhecimento” dos eleitores.
Corintiano fanático, tendo sido até mesmo conselheiro do time paulista no início dos anos 2000, Nivaldo relembrou os tempos de “craque” na Vila Brasilândia e Freguesia do Ó e confessou que o futebol perdeu um grande nome para a política.
Confira a entrevista na íntegra com o membro da direção nacional do PCdoB, responsável pela área sindical do partido e vice-presidente da CTB, central sindical fundada em 2007 e que representa cerca de 1 mil sindicatos no Brasil:
Terra - O que é política para o senhor?
Nivaldo Santana - Política, no conceito mais amplo, considero que é toda a atividade individual ou coletiva que incide sobre a vida das pessoas. No sentido amplo, atuação em sindicatos, entidades de classe, movimentos sociais, na academia, debate acadêmico, também podem ser consideradas atividades políticas. Mas a atividade política stricto senso tem como veio principal de atuação os partidos políticos, então a essência da participação política, o núcleo da atividade política, se dá por meio dos partidos. Por isso que negar a política, negar os partidos, na verdade é um discurso equivocado do ponto de vista conceitual e descaracteriza a visão democrática de participação organizada das pessoas na definição dos ônus do município, do estado e País.
Terra - Como começou na política e por quê?
Nivaldo Santana -
Eu comecei na política em meados da década de 1970. Um marco inicial foram as eleições de 1974, quando passei a atuar num grupo dentro do PMDB que chamava PMDB Autêntico. Como os partidos políticos não tinham liberdade de existência, já que tínhamos a Arena e o MDB, eu era estudante junto com um grupo de amigos, e nós começamos a atuar politicamente por intermédio do MDB e nos movimentos sociais da Freguesia do Ó. Era morador da Vila Brasilândia e naquele período tinham movimentos por melhoramentos urbanos e sociais. Então minha atuação era nesses movimentos sociais e no antigo MDB, que era o único partido de oposição legalizado da época.
Depois disso, não larguei mais e, como atividade política não tem aposentadoria, vou continuar militando enquanto estiver vivo. Fui presidente do antigo diretório distrital do PMDB da Freguesia do Ó e presidente do PMDB da Vila Brasilândia. Tínhamos um grupo muito atuante por lá. E foi esse núcleo que organizou um episodio político muito importante na região que ficou conhecido como “Massacre da Freguesia do Ó”. Foi um conjunto de reivindicações que tinha como ponto principal a luta por um hospital público na região, que é muito pobre. Houve um ato público e o Maluf, que era prefeito à época, organizou grupos para agredir os manifestantes. Não foi nem a polícia, eram grupos com trajes civis. A mobilização acabou conquistando a vitória, porque anos depois foi construindo um hospital público na região com o nome da data do episódio.
Quando entrei no PCdoB o partido não era legalizado. Foi em 1980, em meio a esses episódios da Freguesia. Alguns anos depois, participei da comissão pela legalização do PCdoB, com a redemocratização do País em 1985. Depois disso, naquele ano passei a ser dirigente sindical. Fui diretor do Sindicato dos Trabalhadores do Água, Esgoto e Meio Ambiente que representa os trabalhadores da Sabesp, Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental), Fundação Florestal. Em 1988, passei a exercer a presidência desse sindicato. Pela liderança sindical e representatividade, o PCdoB me indicou candidato a deputado estadual. Fui eleito em 1994. Durante 12 anos exerci o mandato.
Acho que o aspecto principal da minha militância é a área sindical. Sou considerado um sindicalista porque já fui presidente de sindicato, atuei na CUT. Essa é uma marca importante na minha atuação.
Terra: O que representa o PCdoB para você?
Nivaldo Santana:
É o partido mais antigo do Brasil, fundado em 25 de março de 1922. É um partido de esquerda, com uma visão renovada de socialismo e que, na atual etapa da luta política, defende um projeto nacional de desenvolvimento, apoiado na defesa da democracia, do progresso social, distribuição de renda. Tem uma visão de defesa da soberania do nosso país e também um partido que defende a integração com os países vizinhos. É um partido democrático que sempre esteve sintonizado com os interesses maiores do País. Nesse último período, consideramos que o Brasil está vivendo uma nova fase, a partir da eleição do presidente Lula. Isso mudou a fisionomia do País, do ponto de vista da economia, da justiça social e de ser um país que adquiriu maior protagonismo no mundo. É uma voz relevante nas questões internacionais.
Terra - Ainda existem direita e esquerda na política brasileira?
Nivaldo Santana -
A questão de direita e esquerda não é um problema do Brasil. É um problema da luta política de todos os países do mundo, onde podemos, de forma resumida, dizer que o partido de esquerda tem uma visão mais popular e democrática, que defende um papel protagonista do Estado a induzir o desenvolvimento econômico e promover a justiça social. É uma política com mais sensibilidade para atender às demandas das grandes minorias. É uma visão que combate a intolerância, homofobia, racismo, machismo e todas as formas de discriminação das pessoas. Agora, uma visão conservadora da sociedade se materializa no plano dos costumes. Essa visão atrasada que procura monitorar as opções e os desejos individuais das pessoas, a partir de critérios excludentes da convivência é uma política que considera que o mercado que deve coordenar e dirigir a atividade econômica. As forças conservadoras, no geral, são refratárias à participação popular. Por isso que eles sempre ficam preocupados com passeatas, mobilizações, atividades legítimas e democráticas, previstas na constituição.
O que mudou foi a visão do socialismo. Uma visão avançada sobre isso tem que partir de certos pressupostos. Não existe modelo único de socialismo. Cada país vai construir o socialismo a partir de suas particularidades, das características do seu povo, e peculiaridades nacionais. O segundo aspecto é que não temos um trânsito imediato ao socialismo. Temos que ter um projeto nacional do desenvolvimento, a grande bandeira da atualidade. Em terceiro lugar, temos que ter uma visão ampla e pluralista do desenvolvimento do país. Nenhum partido político e nenhuma força isoladamente têm condições de liderar esse projeto de desenvolvimento. Por isso que o PCdoB, que se mantém fiel à defesa do socialismo, tem uma política ampla, flexível e procura construir uma grande unidade nacional em torno do desenvolvimento, democracia e progresso social.
Nivaldo Santana -
Considero o Padilha um dos mais promissores quadros da política nacional. Ele tem uma formação de medicina na USP (Universidade de São Paulo), na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). Com 38 anos de idade, já foi ministro da coordenação política do presidente Lula num período muito difícil e, nessa condição, precisava se articular com governadores, prefeitos e outras forças. Desempenhou todas essas atividades com grande capacidade e talento. Depois, no governo Dilma, foi ministro da Saúde, com uma marca importante. Além da criação do programa Mais Médicos, que beneficia dez milhões de pessoas em São Paulo, teve um papel importante como agente no desenvolvimento de programas sociais, como o Minha Casa, Minha Vida, o PAC, e investimentos na infraestrutura. Ele sempre foi um ministro e um protagonista político da mais alta relevância. No atual quadro da política de São Paulo, que há 20 anos é dominada por um único partido e percebemos um esgotamento das funções do governo em todas as áreas, a autêntica renovação na nossa compreensão é representada pela coligação liderada por Padilha.
Terra - Como o senhor pode ajudá-lo?
Nivaldo Santana -
Posso ajudar e tenho ajudado de diferentes formas. Em primeiro lugar, o PCdoB tem uma aliança histórica com o PT desde o final dos anos 1980. Eu, sindicalista, trabalhador, morador da periferia com uma sensibilidade social, com minha experiência sindical e política, acredito que formo um complemento importante para aumentar a representatividade política e social da candidatura do Padilha. Temos uma harmonia muito grande na definição dos grandes problemas do Estado e nas propostas de superação dos gargalos em diferentes áreas. Temos uma compreensão que São Paulo, por representar um terço do PIB nacional, por ser a maior força política e econômica da nação, deveria ocupar um papel de liderança para transformar a fisionomia do nosso Estado e ajudar todo o País. Além disso, achamos que, ao contrário do que tem sido praticado pelos sucessivos governos do PSDB, devemos abandonar a arrogância de que São Paulo sozinho é capaz de tudo. Achamos fundamental realizar parcerias com governo federal, municípios, para aproveitar essa sinergia, as enormes potencialidades dessas parcerias para melhorar a situação social dos brasileiros e alavancar o crescimento do nosso país, que é represado pela política reduzida e estreita que tem caracterizado o PSDB em São Paulo.
Terra - Como foi o convite do Padilha para você ser vice?
Nivaldo Santana -
Quando concluído o processo de construção da coligação, tivemos três partidos: o PT, o PCdoB e o PR. O PCdoB nacionalmente apoia a Dilma, o Padilha para governador e o senador (Eduardo) Suplicy (PT). Dentro da distribuição de forças, o PR indicou a primeira suplência do Suplicy e para materializar essa coligação o PCdoB indicou meu nome para ser apreciado pelo PT e compor a chapa como vice. Nesse processo, chegamos a um grande consenso. Fechada a chapa, entramos em campanha e aprovamos o programa. É uma chapa onde reina uma grande harmonia e coincidências de opiniões políticas e projetos para o Estado.
Terra - Houve uma imposição do PCdoB, dizendo que abandonaria o PT caso sua indicação a vice não fosse acatada?
Nivaldo Santana -
Nossa relação é democrática, civilizada. Desde 1989 estamos coligados, é uma aliança tradicional e em hipótese alguma o PCdoB iria impor nomes, candidaturas. O que debatemos foi a importância do PCdoB compor a chapa majoritária. Uma ou outra opinião diferente nesse processo faz parte da democracia e da defesa dos interesses de cada partido. Não houve nenhuma sequela, nenhum problema.
Terra - O senhor se sentiu mal por ter sido uma “segunda opção” do PT por conta da saída do PP?
Nivaldo Santana -
A política é dinâmica, não é estática. O processo de definição completo só se daria depois que todos os partidos estivessem definidos. Então, na verdade, desde o começo o PCdoB estava trabalhando com a hipótese de indicar o vice-governador ou o primeiro suplente do Senado, que seria Jamil Murad. Como o PR também pleiteou a apresentação do nome, o PCdoB indicar o vice foi uma solução natural e não artificial.
Terra - Acha que foi estratégia de campanha trazer o senhor para ser vice, já que trabalhou por nove anos como presidente do Sindicato de Água, Esgoto e Meio Ambiente de SP e é um especialista em recursos hídricos?
Nivaldo Santana -
Na verdade, diria que minha candidatura como vice tem que ser vista de uma maneira mais ampla. Primeiro sou vice porque sou do PCdoB. Segundo porque sou sindicalista ligado a luta dos trabalhadores e isso é um fato importante. Terceiro, sou vice também pelo fato de eu ser negro e no Estado de São Paulo nunca houve um vice governador negro. Isso expressa com maior fidelidade as características plurais do Estado. E o fato de eu ser funcionário da Sabesp desde 1988 e ter um conhecimento bom sobre a questão do saneamento básico e recursos hídricos agrega valor no debate das eleições.
Terra - Em fevereiro de 2004, o senhor tentou emplacar uma CPI para investigar a situação no abastecimento de água da Região Metropolitana de São Paulo. Por que a CPI não andou?
Nivaldo Santana -
Nos 12 anos em que fui deputado (estadual), uma característica importante do PSDB é impedir a realização de qualquer CPI que coloque o governo em situação de dificuldade. CPI no Estado de São Paulo é letra morta. Aqui só tem CPI de questões secundárias. Mas de qualquer forma, quando fui deputado, uma das áreas importantes era acompanhar a luta pela universalização do saneamento básico, garantir água para o povo dia e noite, impedir racionamento de água. Infelizmente, o governo do PSDB acabou aprovando com sua maioria na Assembleia (Legislativa do Estado) a venda de metade das ações da Sabesp para o capital privado. E há esse conflito de interesses, de investir para ampliar a capacidade de fornecimento de água, reservação, impedir rodízio e racionamento e a questão de distribuição de dividendos e lucros para os acionistas privados. Isso está na raiz da atual crise de abastecimento.
À época, fui um dos proponentes da CPI. Essa crise já ocorreu no passado e agora está mais grave porque o governo não realizou obras para enfrentar essa situação de estiagem. A estiagem é um fato agravante, mas a causa principal da crise hídrica que enfrentamos é o fato de o governo não honrar os compromissos que assinou quando foi feita a renovação da outorga do Sistema Cantareira de 2004. Uma das exigências era a diminuição da dependência do sistema para abastecer a Região Metropolitana. Isso exigiria a realização de um conjunto de obras, novas fontes de abastecimento, maior capacidade de reservação de água, enfrentar o problema das perdas de água, adotar programas mais intensivos do reuso e combater o desperdício, além de ter políticas permanentes de conscientização do povo para o uso racional, coisa que o governo só faz quando a crise está instalada.
Todos os deputados de oposição nos 12 anos que estive na Assembleia foram votos vencidos nas tentativas de instalação da CPI. O PSDB no governo restringe de forma muito acentuada as prerrogativas básicas das atividades parlamentares, que além de legislar é fiscalizar. Essa CPI ficou na fila que não anda das CPIs não realizadas. Se houvesse uma CPI naquela época, talvez serviria até de subsídio para o governo do Estado não continuar recorrendo à gestão temerária que caracteriza a política de saneamento básico em São Paulo.
Terra - Existe um medo de o Padilha não engrenar e sequer ir para o segundo turno? Como reverter esse quadro?
Nivaldo Santana:
Uma vez perguntaram para um candidato que estava em primeiro lugar, falando que só faltava um mês para as eleições e ele disse: “em campanhas eleitorais um mês é uma eternidade”. Qualquer fato, fenômeno que interfira no processo eleitoral pode alterar bastante. Vivemos isso no mundo todo. Eleição nunca é definida antecipadamente. Tem um ditado que diz: “Eleição e mineração só depois da apuração”. Tudo o que temos e que a coordenação da campanha tem feito aponta que a velocidade de crescimento da preferência do Padilha é maior. O Alckmin está começando um lento processo de queda. O Skaf tem crescido lentamente, mas a campanha do Padilha está com um nível de crescimento maior. Cada eleição é uma eleição. Não podemos dizer que serão repetidos fenômenos como o da eleição do Haddad, mas tem dezenas e dezenas de casos em que o terceiro colocado acabou sendo o vencedor na reta final. O quadro não está estabilizado. Agora, no mês de setembro, teremos as definições.
Quem disputa eleição corre dois riscos, o de ganhar e o de perder. Não devemos ter medo. Devemos mobilizar, lutar até o último dia para conseguir levar a eleição para o segundo turno. Isso é o que nos move. Não podemos ficar paralisados pelo noticiário e pesquisa, até porque elas se transformaram num instrumento de campanha. Temos que superar a barreira do desconhecimento. O Padilha é o menos conhecido da população e só com campanha na rua, horário gratuito e uma atividade intensa da nossa militância vai ter um conhecimento capaz de jogar a eleição para o segundo turno.
Terra - O senhor foi conselheiro do Corinthians. Por que deixou o clube? Teve algo a ver com a Media Sports Investment (MSI) e a parceria em 2005?
Nivaldo Santana:
Eu era deputado estadual. Sou corintiano e fui convidado a ser conselheiro quadrienal. Tem dois tipos de conselheiros: o vitalício e o quadrienal. O Corinthians tem 400 conselheiros, 200 de cada. Eu era um conselheiro com data de validade, com um mandato de quatro anos. Na prática, nunca tive participação na política interna do Corinthians. Fui convidado para ser conselheiro, assim como o Lula. Era pra dar representatividade, até porque o clube é um verdadeiro patrimônio do Estado.
Eu volto sempre para assistir aos jogos. É disso que eu gosto. Conheço algumas lideranças do Corinthians como Andrés Sanchez, e o Roque Citadini. Mas não é uma área prioritária da minha atuação, embora considere uma causa nobre ajudar o Corinthians. Se puder, vou ajudar na arquibancada, no conselho, assistindo ou torcendo em casa.
Quando era criança, eu jogava nos times de várzea da Vila Brasilândia. Mas o futebol brasileiro perdeu um craque, porque acabei abandonando essa atividade. Eu era meia-armador, camisa 10. Eu tenho 60 anos e, se nem jogador profissional quando chega aos 40 é considerado uma sumidade, eu não jogo mais. Minha única atividade esportiva são as caminhadas.