O Datafolha divulgou nesta quinta-feira, 22, os resultados da pesquisa de intenção de voto em São Paulo. De acordo com os dados coletados, o influenciador Pablo Marçal (PRTB) subiu sete pontos em duas semanas e atingiu 21%, empatando na liderança da corrida eleitoral. Junto com ele, estão o deputado Guilherme Boulos (PSOL), que variou de 22% para 23%, e o prefeito Ricardo Nunes (MDB), que caiu de 23% para 19%.
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Em uma análise durante o programa Terra Agora, o colunista político Guilherme Mazieiro afirmou que as pesquisas mostraram o tom em que a disputa tem seguido até agora e que, provavelmente, irá perpertuar até o fim das eleições.
"A gente vê que os três primeiros colocados na pesquisa estão embolados ali. A gente viu debates muito duros, muito ácidos. Eles foram muito mais para desconstruir os candidatos do que para trazer propostas, então já começou muito quente a disputa. Muita briga, muita acusação, e a pesquisa mostra que a disputa entre os candidatos deve se intensificar”, destaca o jornalista.
Crescimento de Marçal e corrida 'bolsonarista'
Impulsionado pela forte presença nos debates, engajamento nas redes sociais e uma imagem de oposição ao sistema, Pablo Marçal tenta conquistar o eleitorado bolsonarista. Esse detalhe foi destacado pelo Datafolha e, segundo Mazieiro, merece atenção.
Na pesquisa Datafolha passada, entre os eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro, 29% declararam apoio a Pablo Marçal; agora são 44%. E Ricardo Nunes, que é o candidato oficialmente apoiado por Bolsonaro, tinha 38%; agora, ele passou para 30%.
"A gente tem ali os três primeiros colocados na pesquisa, um mais à esquerda, que é o Boulos, e dois mais ou menos ali no centro, que é o Nunes, tentando dar um aceno para a extrema-direita com o Bolsonaro, o vice dele, que foi indicado pelo Jair Bolsonaro, o coronel Melo Araújo, e o Pablo Marçal. Então, Nunes e Marçal brigam pelo mesmo eleitorado, pelo eleitorado bolsonarista", diz Mazieiro.
Apesar do ex-presidente ter adotado um posicionamento a favor da reeleição de Ricardo Nunes, Marçal continua fazendo publicações junto de membros do clã, como Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
"Ele [Pablo Marçal] não está rebatendo muito duramente. Ele está usando essas técnicas de rede social que a extrema direita usa também, de misturar algumas informações. Então, ele continua mostrando que ele apoia e tem apoio do Bolsonaro. [...] O Pablo Marçal já tem essa base mais raiva do Bolsonaro, da extrema-direita, e, agora, ele começa a brigar dentro da mesma trincheira do Bolsonaro, com as mesmas armas do Bolsonaro. Isso é interessante de ver", analisa o jornalista.
