O prefeito de São Paulo e candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB), voltou a culpar a concessionária de energia Enel e o governo federal pelo apagão na capital. Em entrevista ao SP2, da TV Globo, nesta quarta-feira, 16, Nunes afirmou que não há nenhuma relação entre "questão das podas" e o "apagão". "Não tem relação entre a questão da poda e o [apagão] que está acontecendo na cidade", afirmou.
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Até a tarde desta quarta, cerca de 75 mil clientes continuavam sem energia elétrica, mais de cem horas depois das chuvas e do vendaval da última sexta-feira, 11.
Durante a entrevista, Nunes descartou que o problema do apagão esteja relacionado com quedas de árvores. Ele reiterou que, desde o início de sua gestão, em 2021, até agora foram realizadas 620 mil podas.
Ao ser questionado sobre as árvores que caíram sobre casas, muros, provocando prejuízos e transtornos para a população, Nunes afirmou que "já resolveu a situação".
Ele voltou a responsabilizar unicamente o governo federal, liderado pelo presidente Lula, que apoia seu adversário no segundo turno, Guilherme Boulos (PSOL), pela crise na capital paulista. "O governo federal tem uma concessão com uma empresa ruim, que não tem condição de executar o serviço", disse.
Tanto a Enel quanto a Prefeitura de São Paulo são responsáveis por ações preventivas, como a poda de árvores. Já a fiscalização da Enel fica por conta da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), autarquia vinculada ao Ministério de Minas e Energia. O presidente da agência, Sandoval Feitosa, foi indicado ao cargo durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Entenda as responsabilidades da Enel, Prefeitura de SP e governo federal no apagão em SP.
Poluição
Em setembro deste ano, a capital paulista chegou a registrar a pior qualidade do ar do mundo. Especialistas alertaram o governo e a prefeitura sobre a necessidade de reduzir o tráfego de carros, assim como a circulação de pessoas, para emitir menos poluentes na atmosfera e minimizar a exposição da população aos riscos provocados pela poluição.
Ao ser questionado sobre essa possibilidade, Nunes pontuou: "Havendo a recomendação técnica, a gente faz". Na sequência, ele falou sobre a ampliação da cobertura vegetal na cidade durante a sua gestão.
Gratuidade no ônibus e valor da tarifa
O candidato do MDB afirmou que não irá retirar a gratuidade nos ônibus concedida a idosos, estudantes e pessoas com deficiência. Mas evitou responder objetivamente se irá aumentar o valor da tarifa na cidade.
"Precisa ter responsabilidade fiscal. Falo com muito orgulho que consegui reestabelecer a saúde financeira da cidade de São Paulo. Para ter essa saúde, precisa ter responsabilidade. Vai chegar o final de ano, vai chegar um estudo para tomarmos uma decisão técnica", disse ele.
