O candidato a prefeito de São Paulo Pablo Marçal (PRTB) admitiu que o uso de uma ambulância para levá-lo ao Hospital Sírio-Libanês, após ter levado uma cadeirada desferida por José Luiz Datena (PSDB) durante o debate da TV Cultura, foi para “fazer uma cena”. Marçal ainda afirmou que "dava para ir correndo para o hospital". A declaração foi gravada em vídeo obtido pelo Terra.
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Segundo a colunista Raquel Landim, do UOL, o vídeo já circulava no meio político havia alguns dias. Nas imagens, Marçal afirma: "Não precisava daquela ambulância lá. Eles queria (sic) fazer uma cena, esse povo aí. Dava pra ir correndo pro hospital, tranquilo. Dava, não era insuportável. Só que aqui tá o segredo: cadeirada é o de menos para o que a gente está sofrendo com esses caras. Eu tomo mais dez dessa por semana se for o caso, mas não arrego".
O candidato de PRTB ainda explicou que tinha condições de 'segurar a cadeira' e que tudo não passava de uma estratégia.
"Pra quem não é bobo aqui, sabe ler, eu dava conta de segurar aquela cadeira, dava conta de agredir aquele cara. Dava conta de tudo. Mas eu fiz questão de levar, para sentir mesmo, de verdade. Esse período não é período de proposta. Aprenda a jogar. Esse é um período de mostrar quem as pessoas são. Eu já mostrei a minha pior versão, agora vou mostrar a boa", afirmou.
No debate realizado pelo Terra em parceria com o SBT e a Nova Brasil, nesta sexta-feira, 20, Marçal apostou em uma nova estratégia de mostrar 'a sua boa versão', baixando o tom nas provocações que o tornaram famoso. O candidato, no entanto, não se conteve e, apesar de mais comedido, voltou a proferir acusações pessoais, mas sem citar os nomes, de José Luiz Datena (PSDB) e Ricardo Nunes (MDB).
Rejeição
A rejeição de Pablo Marçal tem aumentado. Segundo pesquisa Datafolha, divulgada na quinta-feira, 19, 47% dos eleitores afirmaram que jamais votariam no candidato. Sua rejeição era menor na semana anterior, de 44%, antes do incidente do debate da TV Cultura, quando ele foi atingido por uma cadeira arremessada por Datena.
No ranking de rejeição, Marçal é seguido por Guilherme Boulos (PSOL), com 38%, e Ricardo Nunes (MDB), com 21%. Datena, alvo de críticas pela agressão, também viu sua rejeição subir – indo de 32% para 35%.
Desde o início de agosto, a rejeição de Marçal aumentou 17 pontos, passando de 30% para 47%, ultrapassando a de Boulos, que anteriormente era o candidato mais rejeitado.