Paulo Skaf, candidato do PMDB ao governo de São Paulo, disse nesta quinta-feira que está “esperançoso” com os números da pesquisa Ibope divulgada na terça, na qual aparece com 20% das intenções de voto. No levantamento anterior, divulgado no final de julho, antes do início do horário eleitoral, Skaf tinha 11%.
A situação do peemedebista é ainda mais significativa quando comparada à dos seus principais adversários, que mantiveram a mesma pontuação da última pesquisa: o governador e candidato à reeleição Geraldo Alckmin (PSDB) mantém 50% das intenções de voto, e Alexandre Padilha (PT) continua estacionado nos 5%.
“Estou bastante esperançoso de que nós estaremos no segundo turno”, disse Skaf, apostando nos programas do horário eleitoral. “Eu sou menos conhecido. Com a campanha, aumenta o grau de conhecimento, as pessoas passam a me conhecer e passam a conhecer nosso projeto. Nós tivemos esse aumento de nove pontos em uma semana de campanha. E ainda temos pela frente mais cinco semanas”, continuou o candidato, que tem Duda Mendonça como marqueteiro.
Evento com Dilma
Skaf, que tem sido pressionado pelo PMDB a declarar apoio à candidatura de Dilma Rousseff (PT) à reeleição, não respondeu se participará de em um evento do partido com a presidente neste sábado, em Jales (SP). Apesar de o PMDB ser aliado do governo no plano nacional, Skaf tem se esforçado para não atrelar sua imagem à de Dilma, que tem grande rejeição no Estado de São Paulo.
“Eu vou ver minha agenda amanhã só, amanhã que defino a agenda. Minha agenda é muito dinâmica”, disse Skaf. O candidato já declarou diversas vezes que não dividirá palanque com o PT, mas tem sido pressionado pelo vice-presidente Michel Temer (PMDB) a ceder.
As declarações de Skaf foram dadas após um evento na sede paulista da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP), que convidou todos os candidatos ao governo do Estado para discursar durante 20 minutos sobre temas ligados ao Judiciário, como sistema penitenciário e pagamento de precatórios. Skaf, no entanto, gastou mais de metade do tempo para falar de seu histórico e sua experiência à frente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), como a “revolução” que teria sido proporcionada pelo Sesi e pelo Senai na educação.
Questionado sobre o uso do tempo, Skaf disse que “quis de propósito abrir o leque das discussões” para que fossem conhecidas “outras preocupações" de sua campanha. “Todos eles ficaram muito felizes com o resultado da apresentação e me cumprimentaram.”
Entre as propostas apresentadas, Skaf disse que o Estado deve acelerar o pagamento de precatórios, priorizando os precatórios alimentares. “É uma vergonha essa situação dos precatórios, dívidas que o Estado tem com as pessoas, com as famílias, em relação a pensões, salários, desapropriações. Muitas vezes a pessoa já morreu, morre o filho, morre o neto e o Estado não conclui sua obrigação”, declarou.