O candidato do PMDB ao governo de São Paulo, Paulo Skaf, disse nesta segunda-feira que a solução para o pronto-socorro (PS) da Santa Casa de São Paulo foi apenas um “tapa-buraco” que não resolve o problema. No dia 22 de julho, o PS foi fechado devido à falta de materiais básicos como agulhas, seringas e luvas, decorrente de uma dívida de R$ 50 milhões com fornecedores. Como medida de urgência, a Secretaria de Estado da Saúde então liberou R$ 3 milhões, e o PS foi reaberto após 30 horas.
“O problema não está resolvido. Houve aí um tapa-buraco. O que precisa realmente é haver uma solução definitiva para a Santa Casa de São Paulo”, disse Skaf após reunião com o provedor da instituição, Kalil Rocha Abdalla.
Depois de conversar com o administrador sobre a crise financeira pela qual passa a Santa Casa, Skaf disse que, se eleito, irá propor a isenção do Imposto Sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para hospitais filantrópicos, como é o caso da Santa Casa. Segundo ele, atualmente esse imposto é de 18%.
“Minha proposta concreta seria tirar o ICMS das compras dos hospitais filantrópicos de São Paulo que atendem o SUS (Sistema Único de Saúde). Um produto que vem com 18% de ICMS custa para a Santa Casa 18% a mais”, afirmou.
O candidato disse que “durante um mandato de quatro anos é possível resolver todas essas questões” e afirmou que seria preciso apenas “uma canetada” para dar início ao processo. “É rápido. Se houver vontade política, uma canetada resolve. E quando tiver um caso em que for preciso uma lei da assembleia, o governador tem que ter liderança e força”, continuou.
No auge da crise, o secretário de Estado da Saúde, David Uip, condicionou a liberação de mais dinheiro à realização de uma auditoria na Santa Casa.
Críticas a Alckmin
Skaf, que é presidente licenciado da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), endureceu as críticas ao governador Geraldo Alckmin (PSDB), candidato à reeleição. Questionado sobre se o tucano havia sido omisso no caso da Santa Casa, Skaf respondeu que sim e atacou o que chamou de “falta de gestão”.
“Houve uma alerta de que ia se chegar a uma situação insustentável. Então cabe ao governo prevenir, planejar e resolver os problemas antes que eles apareçam. O papel de um governador é ser o maestro da orquestra”, disse Skaf, comparando a administração do Estado ao comando de uma orquestra.
Sobre a queda de braço travada entre governo federal e Estado de São Paulo sobre como os repasses da União teriam sido investidos, Skaf se limitou a criticar o governador diante daquilo que chamou de “jogo de empurra”. “É preciso assumir a responsabilidade. A Santa Casa de São Paulo está ligada ao governo do Estado de São Paulo, então não tem jogo de empurra. Não pode o governador empurrar a culpa em ninguém”, concluiu.
Coligações partidárias: Dilma, Aécio e Eduardo Campos