'Tem que ter limite ético', diz presidente do MDB após Marçal divulgar suposto laudo contra Boulos

Após a publicação feita por Marçal, que foi retirada do ar pelo Instagram, Boulos disse que irá pedir a prisão do candidato do PRTB

5 out 2024 - 08h24
Resumo
Coordenador da campanha de Ricardo Nunes critica Pablo Marçal por divulgar suposto laudo médico de Guilherme Boulos indicando uso de cocaína.
Baleia Rossi, presidente do MDB e coordenador da campanha de Ricardo Nunes, do mesmo partido
Baleia Rossi, presidente do MDB e coordenador da campanha de Ricardo Nunes, do mesmo partido
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O presidente do MDB e coordenador da campanha de Ricardo Nunes, Baleia Rossi, criticou a postura do candidato Pablo Marçal (PRTB) ao divulgar um susposto laudo médico que indicaria uma internação de Guilherme Boulos (Psol) por uso de cocaína.

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"Na política, você tem a disputa, o que é normal, ganhar ou perder faz parte. Mas tem que ter limite ético. Isso daí é uma coisa absolutamente fora da normalidade democrática", disse Baleia ao jornal Folha de S. Paulo.

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Baleia complementou que não sabe qual será o impacto da postagem feita por Marçal. "Está tão bagunçado o quadro, é uma campanha de nível tão baixo, que é difícil saber nesse momento".

O deputado preferiu não comentar o pedido de prisão feito pela campanha de Boulos com relação a Marçal.

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Suposto laudo médico

Pablo Marçal publicou em suas redes sociais, na noite de sexta-feira, 4, um suposto receituário médico do candidato Guilherme Boulos, que indicaria um encaminhamento para emergência psiquiátrica.

Segundo o documento, o então deputado teria tido um resultado positivo em teste para o uso de cocaína. Boulos rebateu o documento dizendo que é falso e disse que pedirá a prisão de Marçal. Cerca de duas horas após a postagem, o Instagram removeu esse conteúdo de Marçal.

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O suposto laudo apresentado por Marçal informava que Boulos estaria sendo encaminhado para emergência com quadro de "surto psicótico grave, delírio persecutório e ideias homicidas". O documento é do dia 19 de janeiro de 2021 e assinado pelo médico José Roberto de Souza. Segundo Boulos, o médico morreu.

O registro no Conselho Regional de Medicina (CRM) de Souza está inativo desde 8 de abril de 2022, pouco mais de um ano depois da data do documento de Marçal.

O documento apresentado por Marçal traz um erro. O receituário informa que o RG de Boulos teria o número 33.392.221-28. No entanto, o número é diferente do documento original do psolista. O Terra consultou nesta sexta, no site do Superior Tribunal Eleitoral, dois documentos de registro da candidatura de Boulos, expedidos pelo Tribunal de Justiça de São Paulo em 2018 e 2020. Ambos trazem o número do RG de Boulos diferente daquele apresentado no receituário. O documento oficial de Boulos tem 8 números, e não 10 como consta no receituário. Além disso, há divergência entre os números.

Além disso, o Estadão encontrou que o médico Luiz Teixeira da Silva Junior, dono da clínica Mais Consulta, que consta no documento divulgado por Marçal, foi condenado pela Justiça Federal como falsário em agosto do ano passado, após ser denunciado pelo Ministério Público Federal em 19 de dezembro de 2017.

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Fonte: Redação Terra
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