Após um encontro calmo, na TV Record, o debate entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo organizado pela Folha de S. Paulo e UOL foi marcado por um aumento significativo de tensão entre os postulantes, que trocaram acusações tanto na frente das câmeras quanto nos bastidores. Realizado pela manhã desta segunda-feira, 30, no encontro foram levantadas questões desde o boletim de ocorrência por violência doméstica envolvendo Ricardo Nunes (MDB), a criação de provas falsas no caso de agressão do marqueteiro do prefeito, até um suposto "roubo" de namorado por Tabata Amaral (PSB).
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Antes mesmo do início do debate, iniciaram-se as acusações. Duda Lima, marqueteiro de Ricardo Nunes, se manifestou para denunciar que as agressões físicas que sofreu no dia 23 de setembro, durante o debate no Grupo Flow, foram parte de uma "premeditação" da equipe de Pablo Marçal (PRTB). Naquele evento, Lima foi atingido com um soco pelo assessor de Marçal, Nahuel Medina, e precisou de seis pontos no rosto.
Em suas declarações, Duda Lima alegou que o advogado da equipe de Marçal, Tássio Renan, forjou provas contra ele. “O advogado rasgou a camisa do Medina para fazer uma prova falsa", disse Lima. As acusações foram reforçadas com a divulgação de um vídeo de segurança, que mostra Tassio mexendo no colarinho da camisa de Medina logo após a agressão. "Eu estava de boa. Ele me pegou por trás, por aqui [pela lateral da cabeça]. Para quê? Isso não é democracia, não é isso que a gente quer numa eleição", desabafou o marqueteiro, visivelmente emocionado.
Ao final da entrevista, ele ainda afirmou que o assessor agiu sob as ordens de Pablo Marçal. "Eu tenho dó dele. Ele só está cumprindo ordens", completou.
Durante o debate, o influenciador concentrou suas críticas em Ricardo Nunes. Marçal questionou Nunes sobre um boletim de ocorrência de violência doméstica registrado pela esposa do emebedista dez vezes durante o debate. "Isso é tática de quem deu golpe a vida inteira. Não vou cair no golpe dele", respondeu o prefeito.
O influenciador também direcionou ataques a Guilherme Boulos (PSOL), insinuando que o candidato teria sido internado por problemas relacionados ao uso de drogas. Marçal fez uma alusão a um "Hospital do Servidor", sugerindo que Boulos teria escondido o verdadeiro motivo da internação. "Os nomes 'Espraiada', 'Hospital do Servidor' e algumas outras coisas mais que vou trazer essa semana, eu prometi mostrar na última semana e vou falar sobre isso", disse Marçal.
Boulos, no entanto, prontamente rebateu a acusação, esclarecendo que sua internação aos 19 anos de idade foi para tratar de depressão. "Quando ele cita o Hospital do Servidor, ele está se referindo a um período quando, aos 19 anos, eu enfrentei uma depressão crônica. Nunca disse isso publicamente, porque não cabe", explicou Boulos durante o debate.
Já após o debate, as acusações continuaram quando Marçal atacou Tabata, afirmando que ela seria "talarica", por ter supostamente "roubado" o namorado de outra mulher. O candidato afirmou que Tabata tenta "vender uma pureza" para os eleitores, mas "destruiu o sonho de uma mulher", referindo-se ao relacionamento de Tabata com o prefeito de Recife, João Campos (PSB-PE), ex-noivo de Lara Santana. "Você tinha que respeitar as mulheres", completou Marçal.
Contudo, a candidata já usou o seu perfil no Instagram para falar sobre o relacionamento. De acordo com Tabata, o encontro ocorreu em 2019, quando João Campos buscava formar uma comissão externa na Câmara dos Deputados para fiscalizar o então ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, e o Ministério da Educação (MEC), durante o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL).
O próximo encontro será o último do primeiro turno, da TV Globo, nesta quinta-feira, 3, às 22h.