Sem nada a perder, Elvis e Poit se arriscam mais em debate, avaliam especialistas

Deysi Cioccari chegou até a comparar Elvis com o Cabo Daciolo, candidato à Presidência que chamou atenção durante as eleições de 2018

18 set 2022 - 07h16
(atualizado às 09h34)

Candidatos com menos chances de serem eleitos governador de São Paulo - segundo as pesquisas eleitorais - se saíram melhor no debate realizado na noite deste sábado, 17, pelo Terra em parceria com SBT, Nova Brasil, Estadão/Eldorado e Veja. Essa é a opinião de cientistas políticos que analisaram o desempenho dos candidatos.

Apesar do tom mais agressivo contra o atual governador Rodrigo Garcia (PSDB) em alguns blocos, candidatos menores como Elvis Cezar (PDT) e Vinícius Poit (Novo) se arriscaram mais na tentativa de chamar a atenção do eleitor.

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"O Vinícius Poit e o Elvis têm muito pouco a perder, né? Eles estão numa porcentagem muito abaixo dos outros três candidatos [Fernando Haddad (PT), Rodrigo Garcia (PSDB), e Tarcísio de Freitas (Republicanos)], que estão jogando de forma mais defensiva", afirma o cientista político Rogério Schmitt.

Segundo o Datafolha, divulgado na última quinta-feira, 15, Fernando Haddad (PT) mantém a liderança na disputa pelo Palácio dos Bandeirantes com 36% das intenções de voto. Com 22%, Tarcísio de Freitas (PSDB) aparece tecnicamente empatado com o governador Rodrigo Garcia, que subiu de 15% para 19%. Os demais candidatos não alcançam mais de 1% das intenções de votos.  

A analista política Deysi Cioccari chegou até a comparar Elvis com o Cabo Daciolo, candidato à Presidência que chamou atenção durante as eleições de 2018. "Eu diria que o Elvis é o Daciolo. Ele está fazendo uso de todos os espaços para aparecer”.

Cientistas políticos analisam 1º bloco do debate entre candidatos ao governo de SP
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"Ele [Elvis] fez até um papel com o Tarcísio que seria do Rodrigo Garcia de dizer que o Tarcísio destinou mais verba do Ministério da Infraestrutura para outros estados, e não pra São Paulo. Esse é um papel que a gente esperava mais do Rodrigo Garcia, mas, a ideia agora é essa mesmo, é aumentar a agressividade para disputar aquele voto que ainda tá indeciso", acrescenta.

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Cioccari também destacou o bom uso da vitrine do debate por Vinicius Poit. "Ele foi muito bem, porque toda vez que ele fala, ele pede para pesquisar ele, dá o número dele, né? Então, isso é uma vantagem competitiva para quem não aparece tanto. Está fazendo o trabalho direitinho."

Rogério Schmitt comentou ainda os ataques contra Fernando Haddad, que lidera as pesquisas de intenção de voto. “Está defendendo a sua liderança, não é? Está vendo o Rodrigo Garcia e o Tarcísio de Freitas se aproximarem dele, e daí é preciso defender a sua posição para disputar o segundo turno”, avalia.

Cientistas políticos analisam 2º bloco do debate entre candidatos ao governo de SP
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O ponto negativo, na avaliação de Schmitt, foi a quantidade de dados e números que os candidatos jogam para o eleitor. “Até atrapalha, né? É uma quantidade absurda de informação e de fato ninguém tem tempo ou paciência para ir lá verificar cada uma dessas fontes”, afirma ele, que acrescenta a importância das discussões sobre diversidade no debate.

Esse ponto também chamou atenção do cientista político Gilberto de Palma, que também fez suas análises para o Terra. "Veja que, embora esteja presente no discurso, a questão do equilíbrio de gêneros, a questão racial, são questões estruturais do nosso País. Não temos nenhuma pessoa negra nesse debate. Não temos uma mulher sequer. Então seremos sempre homens brancos falando", observa.

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Cientista político analisa 3º bloco do debate entre candidatos ao governo de SP
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Assista ao debate de SP na íntegra:

1º bloco do debate para o governo de São Paulo
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2º bloco do debate para o governo de São Paulo
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3º bloco do debate para o governo de São Paulo
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4º bloco do debate para o governo de São Paulo
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Outros debates

O Terra também irá promover, em parceria com SBT, CNN Brasil, Nova Brasil, Estadão/Eldorado e Veja, um debate com os candidatos à Presidência. O evento está agendado para 24 de setembro.

E, em caso de um segundo turno, a data para o encontro entre os dois candidatos mais votados na disputa pelo governo de São Paulo será no dia 15 de outubro. No dia 22 de outubro, será a vez do debate entre os dois candidatos mais votados na corrida ao Palácio do Planalto.

Fonte: Redação Terra
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