O prefeito de São Paulo, João Doria, disse nesta segunda-feira que será candidato à Presidência da República a partir do momento em que se manifestar claramente neste sentido e que tiver o apoio de um partido político, sem citar nominalmente que esse partido será o PSDB.
"Eu serei candidato no dia em que eu me manifestar claramente e tiver o apoio de um partido. Mesmo assim, estamos falando no futuro, não no presente. No presente eu sou prefeito da cidade de São Paulo", disse Doria a jornalistas depois de uma palestra para empresários durante fórum realizado pela revista Exame em São Paulo.
A palestra de Doria, em tom inflamado e recheada de críticas ao PT e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, aconteceu depois de o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), também participar do fórum. À plateia presente, Alckmin disse que o "novo" na política é falar a verdade.
Alckmin e Doria são apontados como dois postulantes tucanos à candidatura à Presidência no ano que vem e, em entrevista publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo nesta segunda-feira, Doria não descartou a possibilidade de deixar o PSDB.
"Não tenho nenhuma intenção deliberada de deixar o PSDB ou de aceitar convites, embora eu os tenha recebido, de quatro partidos, o que me honrou, o que me deixou muito satisfeito. Isso não implica em uma decisão de sair do PSDB", disse Doria a repórteres, afirmando que os convites dos partidos, que não quis revelar, miravam em uma candidatura presidencial.
O prefeito, que tem viajado por capitais brasileiras recentemente, reafirmou que não disputará prévias dentro do PSDB contra Alckmin, seu padrinho político e principal fiador de sua candidatura à prefeitura em 2016.
No entanto, quando questionado se, caso o governador se lance à Presidência, não será candidato a presidente, respondeu: "Veremos, no momento sou prefeito da cidade de São Paulo. Tem tempo ainda. Muita água para rolar debaixo desta ponte".
Também em entrevista coletiva após participar do evento, Alckmin voltou a defender a realização de prévias caso existam dois postulantes tucanos ao Planalto. O governador já manifestou publicamente a vontade de disputar a eleição.
"Eu acho que tudo tem o seu tempo. O partido, tendo mais de um candidato, sempre o bom caminho é o caminho de você abrir à ausculta, de você ter a prévia. Esse é o bom caminho. Mas não é agora. Isso é mais para frente, no devido tempo", disse Alckmin, que, ao contrário de Doria, descartou a possibilidade de sair do PSDB para ser candidato.
"Lógico que não. Eu sou a sétima assinatura na fundação do partido. Eu não mudei de partido, eu fundei um partido. Nós criamos um partido novo para fazer a diferença."
O governador disse não poder responder pelo prefeito, mas afirmou acreditar que Doria não sairá do partido.
"Não posso falar por outra pessoa, mas acho que não. Acho que o João não sai do PSDB. É uma pessoa que acabou de ser eleita pelo PSDB, tem compromisso com o PSDB", afirmou.