Promessas de garantias de direitos trabalhistas, tumulto e ameaças de agressão física a uma jornalista marcaram nesta quarta-feira a reunião de centrais sindicais com o candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, em São Paulo.
Aécio se reuniu na Casa de Portugal, na Liberdade (região central de São Paulo), com representantes da Força Sindical, da União Geral dos Trabalhadores (UGT) e da Nova Central Sindical de Trabalhadores –as mesmas que, dias atrás, já tiveram representantes manifestando apoio à candidatura da presidente Dilma Rousseff (PT), também em São Paulo, no Ginásio da Portuguesa (zona norte).
Na saída, tumultuada, seguranças do evento tentaram conter o fluxo, de um lado, enquanto Aécio saía, de outro, sem falar com a imprensa.
Após uma série de empurrões, um homem aparentando entre 50 e 55 anos, irritado, chamou a reportagem do Terra de “jornalistinha de m...”, se disse “sindicalista, secretário da Força Sindical na Paraíba” e, ao ter o nome indagado, se negou a fornecê-lo. O sindicalista se aproximou e ameaçou: “Vá se f... Eu sou paraibano, só não meto a mão na sua cara porque você é mulher”, afirmou à reportagem, exaltado.
Procurado, o presidente da Força Sindical, Miguel Torres, disse desconhecer o caso, mas prometeu apurar quem é o dirigente e tomar providências.
“Somos totalmente contra esse tipo de atitude; vamos ver quem foi e tomar providências, com toda certeza. Sei que não resolve, mas pedimos desculpas”, declarou.
Aécio rebate declarações de Dilma a centrais
No evento, Aécio rebateu declarações feitas por Dilma e pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na reunião com as centrais, no dia 7. Eles haviam sugerido que os tucanos seriam adeptos de “medidas impopulares” como o fim da politica de valorização do salário mínimo, que é lei desde 2011.
A renovação da política de valorização do salário mínimo e pontos como fim do fator previdenciário e a valorização do Ministério do Trabalho e Emprego constaram de uma pauta trabalhista entregue pelas centrais a Aécio.
“Quero reafirmar que, no meu governo, garantiremos a correção da tabela do Imposto de Renda, um direito legítimo da classe trabalhadora”, afirmou o tucano, que criticou: “A senhora presidente da República falta com a verdade ao dizer que, com a nossa vitória, não haverá política de reajuste real do salário mínimo. Vamos fazer o Brasil crescer para que esse reajuste seja minimamente digno”, declarou.