Única indígena a disputar as eleições 2018 em uma chapa presidencial este ano, a vice de Guilherme Boulos (PSOL), Sônia Guajajara (PSOL), disse que foi um ato de "oportunismo" do general Hamilton Mourão (PRTB) ter se declarado índio no pedido de candidatura registrado na Justiça Eleitoral. No início de agosto, no primeiro ato como candidato a vice de Jair Bolsonaro (PSL), o militar causou polêmica ao afirmar que o brasileiro herdou " a indolência dos indígenas e a malandragem dos africanos".
"Ele cometeu uma ofensa e um racismo muito grande, talvez seja uma forma de querer reparar. Ele ofendeu negros e indígenas e logo depois se assume (índio)?", questionou Sônia nesta quarta-feira, 22, no Recife, onde cumpre agenda de campanha com Boulos. A candidata ponderou que muitos indígenas, por causa do processo de colonização do Brasil, "tiveram que ter suas identidades negadas". "Mas tem muito oportunismo, tem muito oportunista querendo aproveitar este momento (de eleições). Não posso garantir que ele é indígena", afirmou.
Sônia acompanhou Boulos desde a manhã em entrevistas veículos locais e encontro com movimentos sociais e militantes. Uma caminhada pelo centro do Recife teve que ser adiada devido a um mal estar de Boulos. Segundo a assessoria de comunicação do PSOL em Pernambuco, "o candidato passou mal por causa do cansaço e não precisou de atendimento médico".
A passagem da chapa PSOL/PCB pelo Recife foi encerrada com um comício no centro comercial da cidade, onde Sônia foi recebida por integrantes da tribo indígena Xucuru e participou da celebração do Toré, dança indígena executada pelos índios que têm origem em Pesqueira (PE).
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