O ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), vão se enfrentar no segundo turno das eleições estaduais de São Paulo. O pleito foi definido por volta de 20h35, com 92,61% das urnas apuradas.
Com 100% das urnas apuradas, o candidato Tarcísio de Freitas obteve 42.32% do total de votos (9.881.786), enquanto Fernando Haddad obteve 35,7% (98.336.805).
No último Datafolha, em 1º de outubro, porém, o cenário era inverso: o petista tinha 39% dos votos válidos contra 31% de Tarcísio. A margem de erro era de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.
O pleito também refletiu a disputa nacional pela Presidência, com os candidatos grudados em seus respectivos padrinhos no cenário nacional - Haddad com Lula (PT) e Tarcísio com Bolsonaro (PL). Quem saiu perdendo, neste caso, foi Garcia, que não pôde contar com o apoio de João Doria, que não foi escolhido pelo PSDB para ser candidato à Presidência. Ao invés dele, Simone Tebet (MDB) foi a escolhida.
Haddad já tinha declarado, em uma sabatina promovida pela CBN Campinas, que o principal objetivo de sua campanha era evitar que Tarcísio fosse para o segundo turno, mesmo sendo grande crítico ao governador Rodrigo Garcia.
Apesar da disputa, o clima entre os candidatos parece ser amistoso. Pouco antes de debate realizado em setembro, ambos foram vistos conversando e rindo. Questionado sobre a conversa animada, o petista afirmou que não iria "fazer confidências", mas enfatizou que não tem problemas pessoais com Tarcísio.
"É meu amigo de governo, estivemos no mesmo governo. Não é pessoal, política é política. Ele estava interessado em conversar", afirmou, em referência ao período em que Tarcísio foi diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), no governo Dilma Rousseff (PT).
No entanto, uma gafe do candidato do Republicanos foi bastante explorada pelas campanhas de seus adversários. Em uma entrevista, Tarcísio esqueceu seu local de votação. Carioca, Tarcísio morava em Brasília (DF) até o início da corrida eleitoral, quando mudou seu domicílio para São José dos Campos (SP) para poder se candidatar.
Confira a apuração do primeiro turno das eleições.
Quem é Tarcísio de Freitas
Tarcísio Gomes de Freitas, de 47 anos, tenta se eleger para o primeiro cargo público de sua carreira política. Militar da reserva, foi engenheiro do Exército Brasileiro e atuou como ministro da Infraestrutura no governo Jair Bolsonaro.
Apesar do vínculo com o atual presidente, ele também integrou o governo Dilma Rousseff (PT), quando, indicado pelo General Jorge Fraxe, assumiu o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). A nomeação ocorreu após uma crise provocada por denúncias de corrupção no órgão em 2011.
Com o impeachment de Dilma Rousseff, em 2016, Tarcísio recebeu outra função no governo de Michel Temer (PMDB), e se tornou secretário de coordenação do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), ligado à Presidência da República. Ele permaneceu no cargo até o final de 2018. Depois, assumiu o Ministério da Infraestrutura no governo Bolsonaro.
Inicialmente, o candidato do Republicanos foi bastante criticado por concorrer ao governo de São Paulo, já que é carioca e, até o início da disputa, morava em Brasília (DF). Acusado de não conhecer o estado, o candidato chegou a dizer que se considera "muito paulista em termos de atitude, em termos de estar inserido na cultura de São Paulo". A declaração foi dada durante sabatina realizada pelo Uol/Folha.
Quem é Fernando Haddad
O petista Fernando Haddad, de 59 anos, tenta o governo de São Paulo pela primeira vez. O político, advogado e professor já foi prefeito da capital paulista, no período entre 2012 e 2016. Quando tentou a reeleição, foi derrotado no primeiro turno pelo empresário João Doria (PSDB).
Sua gestão foi marcada pela promoção da mobilidade urbana, dando prioridade para o transporte coletivo e outros meios de transportes que não fossem o individual motorizado, com expansão da malha cicloviária paulistana e dos corredores de ônibus. Antes de direcionar sua carreira política para o estado, foi ministro da Educação nos governos Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, ambos do PT.
Haddad chegou a disputar as eleições presidenciais de 2018. Primeiramente, como vice na chapa de Lula (PT), mas, com a impugnação da candidatura do ex-presidente, assumiu a cabeça da chapa. A deputada Manuela D'Ávila (PCdoB) foi a vice na época. Ele chegou a enfrentar o segundo turno com o atual presidente Jair Bolsonaro (PL), mas perdeu com 44,87% dos votos válidos, contra 55,13% de votos para o atual presidente eleito.
Apuração em São Paulo
Total de votos válidos:
Tarcísio de Freitas (Republicanos): 42,32%
Fernando Haddad (PT): 35,7%
Rodrigo Garcia (PSDB): 18,4%
Vinícius Poit (Novo): 1,67%
Elvis Cezar (PDT): 1,21%
Carol Vigliar (UP): 0,38%
Gabriel Colombo (PCB): 0,2%
Altino Junior (PSTU): 0,06%
Antonio Jorge (DC): 0,05%
Edson Dorta (PCO): 0,02%
Branco: 6,06%
Nulo: 7,92%