Tarcísio de Freitas (Republicanos) é o novo governador de São Paulo. Com 55,27% dos votos válidos, o ex-ministro e aliado de Jair Bolsonaro (PL) venceu o segundo turno das eleições contra o adversário Fernando Haddad (PT), que teve 44,73% dos votos, na disputa deste domingo, 30.
Em tom moderado, Tarcísio deu entrevista à imprensa e, com a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a Presidência da República, ele afirmou buscar o alinhamento do Estado com o Governo Federal.
"Agora é olhar o que é melhor para São Paulo, para os cidadãos. Como eu falei, o governo é para todos os 46 milhões de paulistas, e a gente vai buscar sempre fazer o melhor, vamos buscar esse alinhamento, esse entendimento e o interesse de São Paulo junto ao Governo Federal", reiterou Tarcísio.
O governador eleito minimizou a diferença de votos entre Lula e Bolsonaro, afirmando que a eleição foi dura e o resultado, apertado. "Temos campos de pensamento que dividem o País, uma linha mais progressista, outra mais conservadora, e essas linhas se equivalem".
Tarcísio não divulgou nomes de seu futuro secretariado e afirma que, em um primeiro momento, irá trabalhar junto à equipe de transição para assumir o Palácio dos Bandeirantes a partir de 2023. Segundo o novo governador, a equipe de transição contará com a ajuda do atual governador, Rodrigo Garcia (PSDB).
Freitas revelou que não conversou com Bolsonaro após o resultado das apurações, mas que falou com o candidato a vice do atual presidente, o general Walter Braga Netto. "Eu não falei com o presidente Bolsonaro, falei com Braga Netto, e ele disse que o presidente está tranquilo, em Brasilia, ele acompanhou o resultado das eleições e amanhã vai trabalhar normalmente. Vai seguir até o final do seu mandato, fazendo o melhor pelo Brasil".
Primeiros passos do novo governo
Tarcísio afirmou que sua equipe tirará uma semana de descanso antes de iniciar a transição, coordenada pelo ex-deputado federal Guilherme Afif Domingos, que atuou na equipe do Ministério da Economia junto a Paulo Guedes e, agora, na campanha do governador eleito.
"A gente vai planejar bem essa questão dos primeiros dias, para que a gente seja bem assertivo", afirmou Tarcísio. Segundo ele, questões sociais, educação, infraestrutra, agropecuária, segurança pública e investimentos serão a prioridade no início do mandato.
Questionado sobre remover a câmera dos uniformes dos policiais em São Paulo, Tarcísio voltou atrás e disse que irá discutir a questão com especialistas ligados à segurança pública. "Tive críticas que expus ao longo da campanha, mas eu não sou o dono da verdade. Me trazem contra argumentos, vamos discutir para tomar a melhor decisão, que traga a melhor percepção de segurança para a população".
Tarcísio voltou a afirmar seu desejo de transferir a sede do Governo Estadual para o Centro de São Paulo, como forma de revitalizar a região. "Eu acredito que se o poder tá perto, você cria um senso de urgência, traz segurança, volta a circulação das pessoas. A transferência do poder para o centro ajuda a resolver".
O novo governador também afastou a possibilidade de Bolsonaro assumir um cargo em seu governo. "Ele é presidente, não vai querer vir ser secretário em São Paulo. Eu não sei qual o plano de voo dele e acho que ele fez o melhor, pegou uma barra pesada e está entregando um Brasil que está crescendo".
Antes de finalizar, elogiou seu vice, o ex-prefeito de São José dos Campos Felício Ramuth (PSD), reiterou a importância do político em sua campanha e 'deixou no ar' a possibilidade de Ramuth também assumir um cargo em seu secretariado. "Sem querer muito adiantar, não seria nenhum absurdo ter ele como vice e como secretário".