O Tribunal de Contas da União (TCU) vai fiscalizar as urnas eletrônicas com o objetivo de reunir dados para se contrapor, caso necessário, à apuração paralela das Forças Armadas. Em conversas reservadas com ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), integrantes do TCU acertaram que essa é a melhor forma de checar as informações dos militares, se eles contestarem os resultados oficiais, por se tratar de instituição isenta na queda de braço.
As Forças Armadas farão contagem paralela a partir de boletins de urnas divulgados pelo próprio TSE, como mostrou o Estadão. A estimativa, até o momento, é de que os militares façam levantamento em cerca de 300 seções. Os eleitores serão convidados a emprestar suas digitais para que mesários registrem votos em urnas eletrônicas apartadas das que serão utilizadas no pleito. Ao final, poderão conferir se os votos digitados serão os mesmos registrados pelo equipamento.
O TCU, por sua vez, fará a auditoria de 4.161 urnas no primeiro turno das eleições. O número quase 14 vezes maior de urnas fiscalizadas é proposital porque vai conferir à Corte de Contas mais autoridade para dar a última palavra sobre eventual divergência. A ação está sendo chamada por ministros do TCU de "fiscalização da fiscalização" dos militares.
TÉCNICOS
Além da auditoria que vai verificar se a quantidade de votos dados numa seção é a mesma registrada nas urnas, dois técnicos do TCU serão despachados para as 27 unidades da Federação. Terão a missão de recolher 40 boletins de urnas e compará-los com os dados informados pelo TSE. No total, o TCU terá amostragem de 1.080 urnas. O tribunal também destacou 30 auditores para ajudar na fiscalização a partir de Brasília.
Embora o presidente Jair Bolsonaro (PL) insista que as urnas podem ser fraudadas, nunca houve qualquer prova de irregularidade na votação. Na última semana, Bolsonaro disse que, "se não ganhar no primeiro turno, algo de anormal aconteceu dentro do TSE".
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.