Trump promete "remover os que odeiam os judeus" se ganhar eleição

Durante sua primeira campanha presidencial, o político usou estereótipos antissemitas em um discurso à Coligação Judaica Republicana

8 out 2024 - 10h58

O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, prometeu na segunda-feira (7) que "removeria os que odeiam os judeus" se fosse eleito para um segundo mandato na Casa Branca. As declarações foram feitas em um evento que marcou o primeiro aniversário dos ataques do Hamas em Israel, realizado em Doral, na Flórida.

Trump em discurso na Convenção Republicana
Trump em discurso na Convenção Republicana
Foto: CBS/Reprodução / Perfil Brasil

"Defenderei nossa população judaica americana. Protegerei as vossas comunidades, as vossas escolas, os vossos locais de culto e os vossos valores. Removeremos os simpatizantes jihadistas e os que odeiam os judeus. Vamos remover os que odeiam os judeus e que não fazem nada para ajudar o nosso país, eles só querem destruir o nosso país", disse ele durante o evento no seu campo de golfe.

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Na ocasião, Trump mencionou que 7 de outubro foi o "dia mais mortal para o povo judeu desde o Holocausto". O ex-presidente afirmou que o "ódio antijudaico" estava "dentro das fileiras do Partido Democrata". Trump tem afirmado repetidamente que os judeus democratas deveriam "ter as suas cabeças examinadas", recorrendo a um tropo antissemita que sugere uma dupla lealdade dos judeus americanos a Israel e aos EUA.

"O ódio antijudaico regressou mesmo aqui na América, nas nossas ruas, nos nossos meios de comunicação e nos nossos campi universitários e dentro das fileiras do Partido Democrata, em particular, não no Partido Republicano. Vou lhe dizer que não está no Partido Republicano", acrescentou o ex-presidente.

Promessas de campanha de Trump

A plataforma do Partido Republicano, aprovada durante a Convenção Nacional em julho, inclui a promessa de "deportar os radicais pró-Hamas e tornar os nossos campi universitários novamente seguros e patrióticos".

O ex-presidente Trump, durante os protestos estudantis no início do ano, criticou frequentemente os manifestantes e a administração Biden. Em abril, ele sugeriu, sem apresentar evidências, que muitos dos envolvidos eram agitadores "profissionais".

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No evento de 7 de outubro, Trump declarou: "O vínculo entre os Estados Unidos e Israel é forte e duradouro… se e quando eu for presidente dos Estados Unidos, será, mais uma vez, mais forte e mais próximo do que nunca. Temos que vencer esta eleição. Se não vencermos esta eleição, tudo terá consequências tremendas".

Em outro evento, no mês passado, Trump afirmou que os eleitores judeus não o trataram "adequadamente" durante a eleição de 2020. Ele também sugeriu que teriam responsabilidade caso ele perdesse este ano, ao mesmo tempo em que destacou suas ações em prol de Israel.

Trump, ao longo dos anos, tem feito declarações polêmicas envolvendo a comunidade judaica americana. Durante sua primeira campanha presidencial, ele usou estereótipos antissemitas em um discurso à Coligação Judaica Republicana. Após deixar o cargo, em 2021, afirmou que os judeus americanos teriam virado as costas para Israel. Mais recentemente, em março, ele declarou em entrevista que qualquer judeu que vote nos Democratas "odeia a sua religião" e tudo relacionado a Israel.

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