TSE amplia restrição e proíbe CACs de portarem armas nas eleições

Caçadores, colecionadores e atiradores profissionais não poderão carregar armamento já a partir de sábado; ministros não determinaram o fechamento de clubes de tiro

29 set 2022 - 11h39
(atualizado às 11h56)
TSE amplia restrição e proíbe CACs de portarem armas nas eleições
TSE amplia restrição e proíbe CACs de portarem armas nas eleições
Foto: Mais Goiás

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ampliou a restrição à circulação de pessoas armadas no período eleitoral ao decidir nesta quinta-feira, 29, por unanimidade, proibir o porte de armas em todo o País pela categoria de caçadores, atiradores e colecionadores, os chamados CACs. A regra começa a valer no próximo sábado, 1, continua a vigorar no dia da votação e nas 24 horas após a divulgação dos resultados.

O descumprimento da decisão poderá levar à prisão em flagrante por porte ilegal de arma e ainda eventual enquadramento da pessoa por crime eleitoral. A resolução é mais restritiva aos CACs. A regra vigente até então previa a proibição do porte apenas a 100 metros das seções eleitorais e não fazia menção específica à categoria.

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Os mistros justificaram a medida como forma de garantir eleições livres e pacíficas. O texto do documento defende que cabe aos "Poderes do Estado prevenir situações potencialmente sensíveis, o que implica medidas legais e administrativas adequadas".

"O poder de polícia permite ao Poder Público limitar liberdades por razões de bem comum", diz a resolução. "A alteração aqui proposta tem o objetivo de aperfeiçoar os procedimentos pertinentes à proibição da circulação de pessoas (civis) portando armas", continua.

Os CACs foram empoderados pelo governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) e, como mostrou o Estadão, já superam o número de policiais militares e agentes das Forças Armadas na ativa no País, o que constituí um grupamento paramilitar sem hierarquia e submissão direta ao Estado.

    Em seu voto, o presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, cita dados do boletim trimestral do Observatório da Violência Política e Eleitoral (OVPE), que aponta 1.209 casos de ocorrências violentas por motivações políticas somente nos meses de abril, maio e junho deste ano. Para o ministro, a proibição do porte de armas pelos CACs se trata de um assunto de interesse público por definir os rumos da segurança das eleições.

    Ministro Alexandre de Moraes citou dados do boletim trimestral do Observatório da Violência Política e Eleitoral (OVPE) em seu voto a favor da decisão
    Foto: Getty Images / BBC News Brasil

    "A medida busca garantir o livre exercício do seu direito de votar, afastando qualquer possibilidade de coação no curso das votações. A proibição da circulação de pessoas armadas no dia, nas 24 horas que antecedem e nas 24 horas que sucedem o pleito tem por objetivo proteger o exercício do voto de qualquer ameaça, concreta ou potencial", argumentou. "Ademais, a medida se mostra importante sob o viés preventivo da segurança, buscando evitar confrontos armados derivados da violência política", completou.

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