Último dia de campanha é marcado por falso laudo, aposta de Boulos em Lula, Marçal evasivo e Nunes confiante

Candidatos à prefeitura de São Paulo movimentaram a cidade neste sábado, 5

5 out 2024 - 19h40
(atualizado às 20h39)
Da esquerda para a direita: Guilherme Boulos, Ricardo Nunes e Pablo Marçal
Da esquerda para a direita: Guilherme Boulos, Ricardo Nunes e Pablo Marçal
Foto: Estadão Conteúdo / Montagem

O último dia de campanha dos principais candidatos à Prefeitura de São Paulo foi marcado por grandes atos públicos, controvérsias e aposta em padrinhos políticos. Guilherme Boulos (PSOL) realizou uma carreata com a presença de Lula, criticando o falso laudo sobre drogas divulgado por Pablo Marçal (PRTB). Marçal, por sua vez, se esquivou das acusações durante sua maratona pela cidade.

Enquanto isso, o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB) participou de caminhada ao lado do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) na zona leste. Nunes mostrou confiança para chegar ao segundo turno e condenou a publicação do documento falso, chamando o ex-coach de "bandido".

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Carnaval de Boulos

Boulos e Lula em carreata na Avenida Paulista em véspera de primeiro turno
Foto: Maria Luiza Valeriano/Terra

Ao som de batuques e samba, a carreata do candidato Guilherme Boulos tomou conta da Avenida Paulista na manhã deste sábado, 5, véspera do primeiro turno das eleições. Com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a manifestação atraiu cerca de 30 mil pessoas, segundo a campanha.

A carreata começou às 10h, e logo a atmosfera se transformou em um verdadeiro carnaval. A multidão se reuniu ao som de sambas-enredo, acompanhada por uma bateria animada e um trio elétrico que desfilava pela Avenida. Tanto apoiadores de Boulos quanto de Lula cantavam em coro, mesclando as letras com o número do candidato.

Além do presidente e do candidato, estiveram presentes figuras como a ministra Marina Silva, a ministra Sônia Guajajara, o ministro Paulo Teixeira, a ex-prefeita Luiza Erundina, além dos pais de Boulos.

Em entrevista durante o evento, Boulos comentou sobre o laudo falso de uso de droga e surto psicótico compartilhado na última noite, 4, pelo candidato Pablo Marçal. “A gente já tinha visto nessa campanha o desespero dos nossos adversários com o crescimento da onda da mudança em São Paulo. Ontem, um deles chegou ao limite de falsificar um documento, mas a farsa caiu, a farsa foi desmascarada em poucas horas”, afirmou o candidato. Ele ainda destacou a importância de que a verdade prevaleça nas últimas horas antes da votação, pedindo que a Justiça tome medidas rápidas.

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Lula, que também discursou durante o evento, enalteceu a trajetória de Boulos e reforçou a confiança na escolha popular: “O povo já sabe quem não sabe governar. O povo já sabe quem só sabe falar bobagem, fazer provocação. E o povo já sabe quem é que tem compromisso com ele", afirmou o presidente. Lula ainda criticou o papel da Justiça Eleitoral, mencionando a lentidão em casos de fake news e destacando que esse tipo de atitude não deveria impactar as eleições.

Marçal e corrida pelo povo

Em ato de campanha na véspera das eleições, Pablo Marçal caminha por São Paulo entre apoiadores
Foto: Werther Santana/Estadão

Na reta final do primeiro turno das eleições municipais de 2024, Pablo Marçal decidiu correr por São Paulo como último compromisso de campanha. O ato, que a campanha de Marçal chamou de “corrida pelo povo”, começou na madrugada de sexta, 4, para sábado, 5, e deve terminar apenas na manhã de domingo, 6, na frente do colégio onde ele vota.

Marçal iniciou o trajeto na Marginal Tietê, passando pela Estação Corinthians-Itaquera e o Parque Ibirapuera. Segundo sua equipe, o percurso é decidido “em tempo real” pelo próprio candidato, com o objetivo de percorrer 128 km ao todo. 

Enquanto corria, a campanha publicava vídeos nas redes sociais, citando suas motivações: “Criar 2 milhões de empregos”, "valorização da família”, “contra o aborto - até que o perfil foi derrubado pela Justiça Eleitoral de São Paulo, neste sábado, após ação da campanha de Boulos.

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O ato foi marcado por fervorosos apoiadores que o seguiam em veículos ou a pé, enquanto alguns gritavam e buzinavam em apoio. Na parada na estação, algumas dezenas de pessoas se mostravam suadas após tentarem acompanhar a corrida, enquanto outras seguiam em carros e motos, acelerando e tocando buzinas, engolindo as falas do candidato. Durante uma coletiva, Marçal, envolto em uma bandeira do Brasil, foi interrompido diversas vezes por gritos e manifestações dos seguidores.

Na estação Itaquera, onde havia corrido 62 km, conforme a campanha, Marçal foi evasivo ao ser questionado sobre o laudo. "Eu recebi e publiquei”, disse, sem garantir a veracidade do documento. Em seguida, criticou Boulos, chamando-o de "criminoso" e dizendo que ele "não merece um pingo de respeito". 

Nunes em caminhada com Tarcísio

Tarcísio de Freitas durante evento da campanha de Ricardo Nunes na zona leste de São Paulo, neste sábado, 5
Foto: Felipe Rau/Estadão Conteúdo

O candidato à reeleição Ricardo Nunes  contou com o apoio do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) em uma caminhada em São Miguel Paulista, na zona leste da cidade, no último dia de campanha eleitoral.

Apoiadores e funcionários da campanha se reuniram nas calçadas da Rua Salvador de Medeiros, na altura do número 181, para acompanhar a caminhada de Nunes e Tarcísio. O ato foi marcado por bandeiras e 'gritos de guerra' com o número de Nunes e de outros candidatos a vereador do MDB, enquanto um carro de som anunciava "o prefeito do povo" em São Miguel Paulista.

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A presença das câmeras e da imprensa também despertou a atenção dos moradores que perguntavam aos jornalistas 'o que estava acontecendo'.

Nunes e Tarcísio cumpriram o protocolo com simpatia, entraram nos comércios, tiraram fotos e cumprimentaram os moradores, o que transformou o pequeno trajeto de 280 metros em um percurso demorado. Ao chegarem na Praça do Forró, próxima à Catedral de São Miguel Arcanjo, a dupla discursou para os apoiadores, agradecendo a presença e, claro, pedindo votos. Já na coletiva, o assunto do dia foi o documento falso publicado por Marçal que ligava Guilherme Boulos ao uso de cocaína.

Nunes chamou Marçal de "bandido" e afirmou que não há possibilidade de acordo entre as campanhas, nem mesmo em um eventual segundo turno. "Eu não faço acordo com bandido. Ele é um bandido", declarou o prefeito à imprensa.

Sobre possíveis medidas judiciais referentes ao documento falso divulgado pelo adversário, o candidato do MDB afirmou que deixou a questão nas mãos de seus advogados. "Eu não sei se cabe algo. Se couber, com certeza, nós vamos dar a nossa contribuição pra proteger a nossa democracia e repudiar de forma veemente esse tipo de atitude. Não se faz isso", acrescentou ele.

Tarcísio de Freitas (Republicanos) também lamentou o episódio. Para ele, "se o Brasil fosse sério, Marçal ia preso”, disse. "É uma falsificação grosseira. A fraude vai ser comprovada com muita facilidade. Não dá pra entender, é surreal que está acontecendo. O descaramento de soltar um documento desse, dessa forma, é algo que eu não consigo alcançar", explicou o governador.

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Fonte: Redação Terra
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