O terceiro debate entre os candidatos à Presidência da República no segundo turno, Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB), foi realizado na noite deste domingo, em São Paulo, e transmitido pela TV Record. Confira as frases mais marcantes do debate:
"As boas ideias, aquelas que melhoram a vida das pessoas, têm que avançar. Nós não temos que ter essa preocupação de sermos donos de determinado programa. Os programas são das pessoas. São dos brasileiros. O que eu acredito é que é possível avançarmos ainda mais", diz
Aécio.
"Candidato, eu não sei por quê, mas o senhor é muito pessimista em relação ao crescimento do País", afirma Dilma.
"O que nós precisamos é que a mesma eficiência que tive em Minas Gerais chegue ao governo federal", afirma Aécio.
"O governo federal não tem a responsabilidade condicional da segurança pública. Nós queremos ter essa responsabilidade. Tanto é assim que, mesmo não tendo, gastamos no nosso orçamento R$ 17,7 bilhões. Além disso, se comparar o meu governo com o do Fernando Henrique, o governo do Fernando Henrique gastava, em termos reais, R$ 1,2 bilhão em segurança pública. Eu gasto, em segurança pública, R$ 4,4 bilhões por ano", diz Dilma, ao ser questionada sobre o investimento federal em segurança pública.
"Vocês, naquele momento, conseguiram um recorde nacional e internacional: 11,5 milhões de trabalhadores desempregados no Brasil. O Brasil só perdia para a Índia, que tinha 41 milhões", diz Dilma sobre o desemprego no período em que o País foi governado pelo PSDB.
"Vamos debater o presente. Vamos apontar caminhos para o futuro. [...] As pessoas estão extremamente preocupadas com o futuro, candidata. Não vamos fazer uma campanha olhando para o retrovisor da história. Vamos fazer uma campanha olhando para o futuro", diz Aécio, ao ser questionado sobre a votação do projeto de lei 5873, que, segundo Dilma, trocava os direitos consolidados na CLT por acordos trabalhistas, em 2001.
"Eu tenho certeza que a inflação está sob controle e ela está inteiramente controlada e isto é inequívoco", afirma e reafirma Dilma.
"O cozinheiro é o mesmo: Armínio Fraga. A receita é a mesma: recessão, recessão, recessão. E o resultado é o mesmo: desemprego, arrocho salarial e altas taxas de juros. A quem serve isso? Ao povo brasileiro é que não é", diz Dilma, sobre a gestão da inflação feita pelo governo de FHC e prometida por Aécio.
"Vocês governaram sim o Brasil. O Fernando Henrique Cardoso, o senhor foi líder... Foi liderança daquele governo, naquela época. Então, candidato, não lave suas mãos: você tem responsabilidades sobre o Brasil e têm que responder por elas", diz Dilma, quando Aécio se defendeu dizendo que jamais governou o País.
"Eu tenho um orgulho enorme de ter podido participar de um momento transformador da vida nacional. Quando aprovamos o Plano Real, tiramos a inflação das costas dos brasileiros, contra os votos do seu partido, e eu tenho certeza que a senhora assume essa responsabilidade", ressalta Aécio.
"Essa é uma outra herança perversa deste governo: as nossas principais instituições, com uma enorme credibilidade, acabam vendo os seus números questionados", comenta Aécio, citando Embrapa e outras instituições federais.
"Vocês gastaram em 8 anos o que nós gastamos em 2 meses", fala Dilma, comparando o programa "Bolsa Família", do PT, ao "Bolsa Escola", "Bolsa Alimentação" e "Vale Gás", programas do PSDB.
"Você falou que eu prevariquei. Quem prevaricou foram o seu, candidato... O seu partido e o seu governo [...]. Eu não engavetei 271 processos, candidato. É isso que não pode acontecer no Brasil", diz Dilma sobre corrupção.
"Nós precisamos profissionalizar as nossas empresas. Tirá-las da agenda política. Porque tudo isso é consequeência da forma como as pessoas são nomeadas. Não é outra coisa", diz Aécio, sobre acusações de corrupção na Petrobras.
"Candidato, o senhor adora fazer confusões que o beneficiam...", comenta Dilma.
"Eu não quero um programa apenas para chamar de meu, candidata. Eu não quero o "Mais Médicos", eu quero muito mais que isso, eu quero mais saúde", diz Aécio.
"Com que moral o senhor fala em saúde, eu não sei. Agora vou ler uma fala do ministro do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais, o conselheiro Sylo Costa, que diz o seguinte: 'É duro engolir que vacina para cavalo seja contabilizada como despesa para a saúde'", lê Dilma.
"No caso do Mais Médicos, candidato, o senhor esquece que têm 1,8 médicos brasileiros, formados no Brasil, para... para... (Dilma é interrompida pela mediadora do debate, que afirmou que o tempo do primeiro bloco se encerrou) Eu vou respeitar", sorri Dilma.
"Eu vou permitir que a Petrobras volte a ser o orgulho nacional que deixou de ser", ressalta Aécio.
"A Petrobras será a maior empresa deste país por muitos anos", ressalta Dilma.
"No meu governo, diferente do que aconteceu nos últimos 12 anos, eu não vou terceirizar responsabilidades. Eu vou conduzir pessoalmente, uma política nacional de segurança integrada com os Estados e municípios, com investimentos e com inteligência. E vou além: terei uma relação diferente com países vizinhos que produzem drogas que vêm matar neste país", promete Aécio.
"Candidato, o senhor ouviu cantar o galo e não sabe aonde. E isso é terrível quando acontece com uma pessoa [...]. Não tem investimento de longo prazo no Brasil sem o BNDES e sem os bancos públicos", afirma Dilma, ao responder críticas sobre bancos públicos.
"Candidato, terrorismo é o que faz o seu candidato a ministro da Fazenda. Quando alguém diz que não faz ideia de aonde que vai acabar os bancos públicos, se eu fosse funcionário do Banco do Brasil, da Caixa ou do BNDES, eu ficava com 3 pulgas atrás da orelha", diz Dilma.
"Durante quase 10 anos, o seu governo demonizou a parceria com o setor privado", diz Aécio, ao falar sobre obras federais.
"Para quem tem como maior obra um Centro Administrativo em Minas Gerais, o senhor é bastante ousado", afirma Dilma.
Veja o cenário eleitoral nos estados