Nas eleições 2020, 15 candidatos a prefeito e vice-prefeito foram oficializados em Belo Horizonte. São 11 candidaturas de partido único e quatro coligações registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na disputa pela capital mineira.
Os eleitores também vão escolher vereadores neste pleito, além do mandatário da prefeitura. O primeiro turno ocorre em 15 de novembro e o segundo, se houver, em 29 de novembro.
Alexandre Kalil (PSD), é o líder da pesquisa Ibope de intenção de voto divulgada em 2 de outubro. Com 58%, o atual prefeito aparece com ampla vantagem no levantamento. João Vitor Xavier (Cidadania) tem com 4%, Áurea Carolina (PSOL) e Bruno Engler (PRTB), 3% - os três estão tecnicamente empatados (a margem de erro é de 3 pontos percentuais para mais ou menos).
Os outros concorrentes são Cabo Washington Xavier (PMB), Fabiano Cazeca (PROS), Marcelo Souza e Silva (Patriota), Nilmário Miranda (PT), Lafayette Andrada (Republicanos), Luísa Barreto (PSDB), Marília Domingues (PCO), Wadson Ribeiro (PCdoB), Wanderson Rocha (PSTU) e Wendel Mesquita (Solidariedade).
Veja abaixo os nomes que estão concorrendo à prefeitura de BH nas eleições 2020:
Alexandre Kalil (PSD)
Conhecido por ter ocupado o cargo de presidente do Clube Atlético Mineiro, o atual prefeito de Belo Horizonte está em seu primeiro mandato à frente da capital mineira. Na disputa de 2016, o empresário representou o PHS e teve como vice Paulo Lamac, da Rede.
Desde junho de 2019, no entanto, Kalil faz parte do PSD. O presidente municipal do partido e ex-secretário da Fazenda na capital, Fuad Noman, compõe a chapa como vice nas eleições 2020. A candidatura tem apoio também do MDB, DC, PP, PV, Rede, Avante e PDT.
No final de 2018, Lamac deixou o cargo de secretário de Governo após ter se desentendido com o prefeito sobre qual candidato a deputado estadual apoiar. Enquanto Kalil abraçou Iran Barbosa (MDB), que não se elegeu, Lamac apadrinhou Ana Paula Siqueira, de seu próprio partido.
Áurea Carolina (PSOL)
Socióloga e cientista política pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Áurea Carolina tem 34 anos e carrega como principais bandeiras o feminismo e outras pautas identitárias. Representando essas causas, foi eleita como a vereadora mais bem votada de Belo Horizonte em 2016.
Em 2018, ela chegou ao cargo de deputada federal com 162.740 votos, tornando-se a mulher com maior número de votos para o cargo em Minas Gerais.
Em junho, recebeu o apoio da professora Duda Salabert (PDT), a primeira candidata trans ao Senado brasileiro, que acabou abrindo mão da candidatura própria à prefeitura para firmar uma frente progressista. O PDT, no entanto, optou por formar aliança com Alexandre Kalil nas eleições 2020.
Do recém-criado Unidade Popular, Leonardo Péricles desistiu de ser candidato a prefeito para compor a chapa de Áurea Carolina como vice. A candidatura também recebe o apoio do PCB.
Bruno Engler (PRTB)
Em 2018, Bruno Engler foi eleito deputado estadual com o terceiro maior número de votos. Apesar de ter entrado na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) pelo PSL, fez como vários outros políticos partidários do presidente Jair Bolsonaro: trocou de sigla para o PRTB, legenda do vice Hamilton Mourão. Do mesmo partido, Mário Quintão é o vice na chapa.
Engler é o nome mais ligado ao bolsonarismo a concorrer à prefeitura nas eleições 2020. Chegou a receber apoio público do presidente, durante uma entrevista à rádio Jovem Pan em abril. O deputado é também coordenador do movimento Direita Minas, que trabalha para difundir as pautas conservadoras no Estado.
Cabo Washington Xavier (PMB)
Após o PL decidir que não iria ter chapa própria para a prefeitura de Belo Horizonte, o cabo Washington Xavier lançou sua candidatura pelo Partido da Mulher Brasileira (PMB).
Presidente nacional da sigla em formação Partido da Defesa Social (PDS), o policial militar se lançou candidato a deputado federal pelo PPS em 2018. Obteve pouco mais de 1,1 mil votos válidos.
Fabiano Cazeca (Pros)
A escolha do PROS para concorrer a prefeito de Belo Horizonte nas eleições 2020 é o empresário Fabiano Lopes Ferreira, que usa o nome Fabiano Cazeca na legenda. Nas eleições de 2018, o candidato concorreu a uma vaga na Câmara dos Deputados pelo mesmo partido. Conseguiu pouco mais de 19,6 mil votos e não foi eleito.
Dono da Multimarcas Consórcios, empresa de consórcios de automóveis, Cazeca é conselheiro do Atlético Mineiro, clube que já foi presidido pelo atual prefeito e candidato, Alexandre Kalil. Do PTC, a médica Paula Aparecida Gomes é a candidata a vice-prefeita.
João Vitor Xavier (Cidadania)
Depois de ter deixado o PSDB por discordar de algumas posturas do partido, entre as quais a aproximação com o governador Romeu Zema (Novo), o deputado estadual João Vítor Xavier se lançou como candidato à prefeitura belo-horizontina.
O presidente estadual do Cidadania se apresenta como uma oposição de centro a Alexandre Kalil. Jornalista de formação, Xavier também é apresentador de um programa esportivo na Rádio Itatiaia.
Em 2016, o Cidadania — ainda como PPS — fez chapa com o candidato do PSDB, João Leite, ao indicar o vice Ronaldo Gontijo. A dupla acabou derrotada por Kalil no segundo turno.
Nas eleições 2020, o empresário Leonardo Bortoletto (DEM) é o vice na chapa de Xavier. A candidatura ainda tem o apoio dos partidos PTB, PMN, Podemos, PSC, PL, PSB e PSL.
Lafayette Andrada (Republicanos)
Outro concorrente da ala conservadora nas eleições 2020 para prefeito de Belo Horizonte é o deputado federal Lafayette Andrada, do Republicanos.
Ele foi escolhido pelo partido no lugar de Mauro Tramonte, eleito deputado estadual com maior número de votos na história de Minas Gerais em 2018. Segundo a sigla, Tramonte preferiu continuar seu mandato como deputado.
Andrada é advogado e professor de Direito e de Ciência Política, além de ser técnico licenciado do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Foi vereador em Lavras e Juiz de Fora e teve três mandatos como deputado estadual em Minas Gerais. Marlei Rodrigues, gestora de projetos na Escola do Legislativo da ALMG e obreira na Igreja Universal, é a candidata à vice-prefeita.
Luísa Barreto (PSDB)
Em Belo Horizonte, o PSDB esteve no segundo turno nos dois últimos pleitos para prefeitura. Nas eleições 2020, tenta a vitória com a administradora pública e ex-secretária-adjunta da Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag) do governo Zema, Luísa Barreto.
A candidata pediu exoneração do cargo para entrar na disputa. Também do PSDB, Juvenal Araújo é o vice na chapa. Ele foi secretário especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) no governo de Michel Temer.
Luísa também atuou como coordenadora de campanha de Antonio Anastasia, candidato tucano derrotado ao governo do Estado em 2018 e atual senador.
Marcelo Souza e Silva (Patriota)
Presidente licenciado da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) da capital, Marcelo Souza e Silva foi confirmado como candidato do Patriota nas eleições 2020. Leandro Moreira é o candidato a vice-prefeito.
Graduado em Ciências Contábeis e Administração, Silva tem sido um dos principais críticos da gestão de Kalil durante a pandemia do coronavírus. Ele afirma que o prefeito "fracassou" na tentativa de preservar empregos - Kalil não responde às críticas.
O setor de empresário de Belo Horizonte tem exercido forte pressão para que a reabertura de comércios ocorra. Desde 6 de agosto, a retomada de atividades vem acontecendo aos poucos.
Em pronunciamentos, Kalil afirma que não aceita influência dos empresário e que o retorno do funcionamento é baseado em critérios científicos.
Marília Domingues (PCO)
O Partido da Causa Operária (PCO) escolheu a estudante de Letras Marília Domingues como sua candidata à prefeitura de Belo Horizonte.
Uma das coordenadoras nacionais da Aliança da Juventude Revolucionária (AJR), movimento da juventude do PCO, Marília teve a candidatura oficializada em convenção virtual. Silvanio Pacheco é o candidato a vice.
A estudante foi candidata à deputada federal em 2018, mas as candidaturas do PCO em Minas Gerais para Câmara dos Deputados e governo do Estado foram indeferidas naquele ano. O partido foi suspenso pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) por não ter prestado contas referentes a 2015.
Nilmário Miranda (PT)
Mesmo tentando uma união da esquerda belorizontina em torno de si, o PT não conseguiu convencer os outros partidos dessa ala ideológica. Os petistas decidiram indicar Nilmário Miranda como seu candidato a prefeito de Belo Horizonte nas eleições 2020.
Formado em Jornalismo, Miranda foi secretário especial dos Direitos Humanos durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Assumiu o mesmo cargo no governo estadual, na gestão do ex-governador Fernando Pimentel (PT).
O candidato chegou a concorrer ao governo do Estado em duas ocasiões, em 2002 e 2006, mas acabou vencido nas duas tentativas por Aécio Neves (PSDB). A microempresária Luana de Souza compõe a chapa como vice.
Rodrigo Paiva (Novo)
O empresário do setor de software de 56 anos Rodrigo Paiva é a aposta do Novo para conseguir mais um cargo do Executivo em Minas. A médica Patrícia Albergaria, também filiada à sigla, é a candidata a vice.
Com apoio do governador Romeu Zema, Paiva foi vencedor no processo seletivo interno do partido para concorrer à prefeitura nas eleições 2020, adotando um discurso de defesa da liberdade econômica e do empreendedorismo.
Formado em Engenharia Civil pela UFMG, Paiva participou de diversas entidades da classe. Chegou a disputar uma vaga no Senado nas eleições de 2018 e integrou a Comissão de Transição do governo Zema.
Deixou o cargo de presidente da Companhia de Tecnologia da Informação e Processamento de Dados de Minas Gerais (Prodemge), que ocupava na gestão do governador, para disputar a prefeitura.
Embora o cenário não seja nada favorável para Zema atuar como cabo eleitoral - o Estado passa por grave crise fiscal, com piora por gastos na pandemia -, o chefe do Executivo mineiro deve participar da campanha.
O secretário-geral do governo, Mateus Simões, prevê a participação em programas eleitorais para rádio e TV e em produções para internet para promover Paiva.
Wadson Ribeiro (PCdoB)
O presidente estadual do PCdoB em Minas, Wadson Ribeiro, vai disputar a prefeitura de Belo Horizonte pela primeira vez. A candidatura reforça a divisão dentro da esquerda. Katia Vergilio é a vice na chapa.
Ribeiro é formado em Administração Pública e já foi secretário executivo do Ministério do Esporte e secretário de Desenvolvimento Integrado de Minas. Ele também foi presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) e da União da Juventude Socialista (UJS).
Wanderson Rocha (PSTU)
Após quatro candidaturas consecutivas da professora da rede municipal Vanessa Portugal à prefeitura de Belo Horizonte, o PSTU decidiu indicar o também professor e líder sindical Wanderson Rocha nas eleições 2020.
Vanessa tentará uma vaga como vereadora na capital. Em 2018, o candidato e mestre em Sociologia disputou cargo de deputado estadual e obteve cerca de 2,8 mil votos. A candidata a vice-prefeita é Firmínia Rodrigues.
Wendel Mesquita (Solidariedade)
Formado em Comunicação Social e Artes Cênicas pela UFMG, o deputado estadual Wendel Mesquita é a aposta do Solidariedade para as eleições municipais em Belo Horizonte. A empresária Sandra Bini compõe a chapa como candidata à vice-prefeita.
Antes de ser eleito deputado, atuou em dois mandatos como vereador da capital mineira, o primeiro de 2013 a 2016 e o segundo entre 2017 e 2018, quando se candidatou para a Assembleia Legislativa estadual. Ele também trabalhou como professor universitário e como voluntário em cursos pré-vestibular e profissionalizantes.