O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chamou o presidente Jair Bolsonaro (PL) de "vendedor de remédio", em alusão à cloroquina, ao criticar a gestão do atual governo na pandemia de Covid-19. O assunto virou a principal 'arma' do petista contra o adversário durante o primeiro debate presidencial no 2º turno, realizado na noite deste domingo, 16.
Lula questionou Bolsonaro sobre a demora para comprar as vacinas. "O senhor não se sente responsável, não carrega nas costas um pouco do sofrimento dos brasileiros, das 400 mil mortes do país?". Ao passo que Bolsonaro se defendeu afirmando que, em 2020, não havia nenhum país aplicando qualquer vacina contra a Covid-19. "No mês seguinte estávamos vacinando [...] Quem quis tomar vacina, tomou."
O tom subiu e o petista criticou arduamente a gestão de Bolsonaro na pandemia. "A verdade é que o senhor não cuidou, debochou, riu, dizia que não tomava vacina, que quem tomava vacina, virava jacaré, que virava homossexual. O senhor gozou das pessoas morrendo afogadas por falta de oxigênio em Manaus", apontou Lula. "Não tem na história de nenhum governo no mundo, alguém que brincou com a pandemia e com a morte como você brincou."
O petista também citou à hidroxicloroquina, remédio sem eficácia comprovada que foi amplamente defendida por Bolsonaro ao longo da pandemia. "Você virou vendedor de um remédio que não servia para nada, remédio que a ciência negou o tempo inteiro", atacou.
Em sua defesa, Bolsonaro disse que foi contra o protocolo do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, que indicava que os infectados ou suspeitos da doença ficassem em isolamento social e só procurassem unidades de saúde em caso de falta de ar. "Fiquei indignado com isso", disse.
Sobre a cloroquina, o candidato à reeleição voltou a defender o tratamento precoce. "A questão do tratamento precoce, tendo ou não comprovação científica, que era algo inédito no mundo todo, tirou a autonomia do médico. A história mostrará quem está com a razão", rebateu Bolsonaro.